"É fundamental que todos reconheçam, designadamente o PS, que um dos grandes problemas tem a ver com a precariedade laboral e vamos propor um plano de combate ao trabalho precário e informal, de modo a que o trabalho seja um trabalho com direitos", afirmou Aníbal Pires.

O coordenador, também cabeça de lista pelo círculo de São Miguel nas eleições legislativas regionais de 16 de outubro, falava em Ponta Delgada, na apresentação do programa da coligação para o sufrágio, iniciativa com a presença do secretário-geral do PCP.

"Como sabemos há mais de 8.000 açorianos que estão ao abrigo dos programas ocupacionais e a substituírem necessidades permanentes de trabalho e, nalguns casos, em departamentos do Governo Regional, como é o caso do hospital de Ponta Delgada", referiu Aníbal Pires, deputado único do PCP no parlamento regional.

O dirigente comunista adiantou que, "ultimamente, o Governo Regional (do PS) tem vindo a acenar que o desemprego tem vindo a baixar na região, e de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, assim é".

"Mas se contarmos com os programas ocupacionais, estágios e a quantidade de cidadãos que têm saído da região para outros destinos, então vemos que, relativamente à criação de emprego e, sobretudo emprego com direitos, o programa deste Governo na empregabilidade tem sido um falhanço", considerou.

Aníbal Pires defendeu o reforço dos meios da Inspeção Regional do Trabalho, pois, "à sombra da crise, têm-se cometido muitos abusos" e esta entidade "acaba por não dar todas as respostas que são necessárias dar".

O coordenador anunciou ainda que a CDU vai propor que os inspetores regionais, do trabalho à educação, do ambiente à saúde, sejam eleitos pela Assembleia Legislativa e tenham a obrigatoriedade de irem às comissões parlamentares competentes para "prestar contas do trabalho que estão a fazer", salientando que o objetivo é dar "maior independência e transparência à atividade inspetiva na região".

Entre as medidas urgentes, o candidato apontou, ainda, o aumento do salário mínimo regional e do acréscimo regional de 5% para 7,5%, notando que, "infelizmente, a maioria absoluta, acompanhada pelo PSD, tem rejeitado" este acréscimo.

A redução do preço da eletricidade, que "é bom para as famílias e para as empresas", e da taxa mais alta do IVA são outras das iniciativas urgentes preconizadas pela CDU, que incluem medidas nos setores produtivos, nos transportes ou na ação social.

"É um programa com princípios e valores que tem como objetivo ter uma região mais justa e coesa", declarou Aníbal Pires.

Acrescentando que a CDU não é um "bloco de vaidades suportado por um bloco de interesses que vivem na espuma mediática", o cabeça de lista referiu que "isto aplica-se à generalidade das outras candidaturas que trabalham apenas para satisfazer resultados eleitorais no imediato".

"A CDU distingue-se porque não estamos aqui com projetos políticos pessoais, só servimos os trabalhadores e a população açoriano", acrescentou.