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CGTP defende serviço público de transporte de qualidade e em quantidade

O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, defendeu hoje que o serviço público de transportes tem de "ter qualidade e ser servido em quantidade", sublinhando a necessidade de recrutar pessoal e adquirir materiais para pôr as frotas a circular.

CGTP defende serviço público de transporte de qualidade e em quantidade
Notícias ao Minuto

16:22 - 19/09/16 por Lusa

País Arménio Carlos

"Hoje temos um conjunto de comboios que não circulam, de barcos que não funcionam, de autocarros que não saem das estações, porque não há nem pessoal, nem materiais suscetíveis de os pôr a circular", disse à agência Lusa Arménio Carlos, à margem de uma ação contra a precariedade no serviço público, em Lisboa.

Para o responsável da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN), as administrações das empresas públicas de transporte têm de, "rapidamente", tomar medidas para "recrutar pessoal e, simultaneamente, dinamizar todo o processo de aquisição de materiais que são fundamentais para pôr as frotas a circular".

Ao longo desta manhã, no âmbito do roteiro "Não há serviço público de qualidade com precariedade", organizado pela FECTRANS - Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, Arménio Carlos estabeleceu contactos com os trabalhadores da EMEF -- Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, da Transtejo e Soflusa, do Metropolitano de Lisboa, da Carris e da CarrisTur.

"A precariedade precisa de ser combatida, porque estamos a falar de empresas de transporte que têm (...) como finalidade a prestação de um serviço público de qualidade adequado aos cidadãos", disse o secretário-geral da CGTP-IN, referindo que esta situação coloca também em causa a segurança do serviço de transporte prestado.

Preocupado com a capacidade de resposta destas empresas públicas às necessidades das populações, Arménio Carlos adiantou que já foi feito um levantamento dos problemas que precisam de ser resolvidos, nomeadamente a falta de recursos humanos e de material, e que já foi entregue ao ministro do Ambiente.

"Constatámos também situações de ilegalidade", frisou o responsável, revelando que na EMEF os trabalhadores com vínculo precário só recebem o vencimento ao dia oito de cada mês, quando "a lei diz é que a pessoa tem de receber, no máximo, no último dia de cada mês".

O secretário-geral da CGTP-IN disse que "há outras situações caricatas", dando como exemplo o recrutamento de trabalhadores com vínculo precário.

"A EMEF faz a seleção e o recrutamento dos trabalhadores que lhe interessa para contratar com vínculos precários e, depois, incumbe uma empresa de trabalho temporário de os ir contratar para os colocar na EMEF. Basta dizer que, perante esta situação, há aqui uma dupla penalização", alertou Arménio Carlos, referindo que estes trabalhadores estão a ocupar postos de trabalho efetivos, deviam de ter um vínculo efetivo, e não evoluem na carreira profissional devido à situação de precariedade.

Neste sentido, o responsável da CGTP-IN defendeu que "é necessário combater esta praga que se está a verificar no país há uma série de anos, que é a precariedade", considerando que "é um elemento de empobrecimento crescente da sociedade no presente e no futuro", que se tornou um dos maiores exemplos de assédio moral que se verifica em Portugal, devido à instabilidade e insegurança profissional, que provoca ainda um "situação de angústia permanente que põe em causa a própria organização da vida pessoal e familiar".

Para o coordenador nacional da FECTRANS, José Manuel Oliveira, a precariedade no setor dos transportes públicos "é um problema sério e que tem de ter solução rápida", argumentando que "a degradação da qualidade do serviço público das empresas públicas é um sinal para as empresas privadas acentuarem já os níveis de degradação que existe".

Para além do roteiro "Não há serviço público de qualidade com precariedade", a FECTRANS vai realizar um conjunto de ações em defesa do serviço público, designadamente uma concentração de dirigentes e delegados sindicais em frente ao Ministério das Finanças, na terça-feira, às 10:30.

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