"Nós temos que estudar o problema. De qualquer maneira há um processo de falência, há aqui um processo que tem de ser visto, há aqui um património cultural que tem de ser preservado, mas têm que ser estudados também todos os interesses que estão em presença", disse.

Falando aos jornalistas à margem de uma visita à Fundação Cidade de Ammaia em Marvão, no distrito de Portalegre, Luís Castro Mendes assegurou que "em breve" visitará as instalações da antiga fábrica, que cessou a atividade em 2009 e está atualmente envolvida num processo de insolvência.

A fábrica corticeira Robinson é possuidora de um imóvel de interesse público e de património classificado, tutelado pelo Ministério da Cultura.

Esta semana, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) anunciou ter lançado um "SOS" ao Ministério da Cultura para que defina uma posição na Justiça, no sentido de "salvar" o património da antiga fábrica corticeira.

"´Os Verdes` lançaram um ´SOS` e a palavra ´SOS` não é uma questão menor, pois no dia 17 de setembro [sábado] termina o prazo que o tribunal deu ao Ministério da Cultura para se definir quanto ao futuro do património", alertou a dirigente do PEV Manuela Cunha.

Hoje, o ministro da Cultura desdramatizou a situação, explicando que a Justiça solicitou à Direção Geral do Património Cultural um parecer sobre o assunto.

O assunto "foi estudado pelos nossos juristas e o PEV já foi esclarecido", referiu Luís Castro Mendes, indicando que a informação sobre o prazo é para que a Direção Geral do Património Cultural faça uma declaração".

Segundo o ministro, a Direção Geral do Património Cultural "vai certamente" dar o seu parecer, "exprimir nos termos legais a sua posição" e, "certamente", haverá "tempo de analisar o futuro" da fábrica Robinson.

Fundada em 1837, a antiga fábrica ocupa uma área com cerca de sete hectares em pleno centro histórico da cidade de Portalegre.

A unidade cessou a atividade industrial em 2009, na sequência da insolvência da Sociedade Corticeira Robinson.

As duas imponentes chaminés da fábrica marcam o perfil da cidade, sendo um dos "cartões-de-visita" daquela região alentejana.

Sobre a visita à Fundação Cidade de Ammaia em Marvão, dirigida por Carlos Melancia, o titular da pasta da Cultura mostrou-se "surpreendido" com o trabalho desenvolvido ao longo dos anos.

Luís Castro Mendes prometeu que vai "procurar as melhores formas" para "valorizar" e "melhorar" as relações entre a fundação e outras instituições, como a Universidade de Évora ou o Museu Nacional de Arqueologia.

Observando que o turismo cultural é cada vez mais procurado, o governante considerou que a Cidade Romana de Ammaia "pode despertar o interesse", uma vez que se trata de um "caso exemplar".

A Cidade Romana de Ammaia, localizada no Parque Natural da Serra de São Mamede, em São Salvador de Aramenha, no concelho de Marvão, está classificada como Monumento Nacional desde 1949.

Desde 1994 que a Fundação Cidade de Ammaia estuda e recupera as ruínas de uma cidade que existe como tal desde o ano 44/45 depois de Cristo.

Luís Castro Mendes, que visitou o concelho de Marvão, acompanhado pela secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Fernanda Rollo, inaugura ainda, pelas 19:00, a Feira de São Mateus, em Elvas.