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Aveiro: Suspeito de duplo homicídio em silêncio no início do julgamento

Um homem de 49 anos suspeito de um duplo homicídio ocorrido há cerca de um ano em Sangalhos, no concelho de Anadia, remeteu-se hoje ao silêncio no início do julgamento no Tribunal de Aveiro.

Aveiro: Suspeito de duplo homicídio em silêncio no início do julgamento
Notícias ao Minuto

11:28 - 14/09/16 por Lusa

País Justiça

O arguido, que se encontra em prisão preventiva, está acusado de dois crimes de homicídio qualificado, pela morte da mulher, de quem estava separado há quase um ano, e do novo companheiro desta.

Durante a audiência da parte da manhã, o coletivo de juízes ouviu dois irmãos da mulher, que disseram ter tido conhecimento de que esta estava a divorciar-se do arguido e que já estaria a viver com outra pessoa.

"Eles pegavam-se os dois", disse um dos irmãos, adiantando ter assistido a vários episódios de violência doméstica, apesar de não ter tido conhecimento de nenhuma queixa.

O tribunal ouviu ainda um cunhado do presumível homicida que disse ter recebido um telefonema daquele, no dia do crime, a dizer que tinha matado a mulher e a perguntar-lhe se ficava com o filho.

A testemunha contou que após o telefonema deslocou-se a casa do arguido, em Oliveira do Bairro, e o menor já estava à sua espera. Disse ainda ter ficado surpreendido quando o acusado lhe apareceu no mesmo dia, juntamente com o patrão, em Aveiro, a dizer que se ia entregar à polícia.

"Ele estava cabisbaixo. Se calhar, já estava arrependido do que tinha feito", adiantou, relatando que levou o alegado homicida a uma advogada que o conduziu depois à PSP.

Os factos ocorreram na manhã do dia 20 de agosto de 2015, na residência das vítimas, em Sangalhos, Anadia.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o arguido esfaqueou a mulher, de 41 anos, e o seu novo companheiro, de 43 anos, e abandonou o local. Quando as autoridades chegaram ao local encontraram as vítimas já sem vida.

Poucas horas após ter praticado o crime, o suspeito entregou-se voluntariamente na esquadra da PSP de Aveiro, que o entregou à Polícia Judiciária.

A acusação refere que o arguido pediu um período de férias ao seu patrão para preparar e executar os crimes, nomeadamente apurar as rotinas diárias das vítimas, tendo agido com "especial censurabilidade ou perversidade".

De acordo com os investigadores, o suspeito desenvolveu um "ódio profundo" pelas vítimas, por não se conformar com a separação do casal, nem com o facto de a mulher, com quem tem um filho menor, ter entretanto iniciado uma nova relação amorosa.

Estes sentimentos ter-se-ão agravado, pois a mulher tinha a intenção de se divorciar para poder estar livre na sua nova relação e porquanto se encontrava em execução a partilha de herança do pai da vítima.

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