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Cerca de 40% de utentes de comunidades terapêuticas concluem tratamento

Entre 36% e 40% dos utentes de comunidades terapêuticas conseguem terminar o tratamento e têm alta clínica, revelou à Lusa o subdiretor geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), considerando que são dados positivos.

Cerca de 40% de utentes de comunidades terapêuticas concluem tratamento
Notícias ao Minuto

10:15 - 11/09/16 por Lusa

País SICAD

Dos utentes que aguentam todo o tempo de tratamento, "75% a 80%, um ano depois, ainda continuam sem consumir", indicou Manuel Cardoso, considerando que "são resultados muito bons comparados com o que acontece nas outras comunidades em termos mundiais".

"Estes doentes têm muita dificuldade em cumprir um ano de tratamento", afirmou Manuel Cardoso, argumentando que estão em causa patologias crónicas com características reincidentes e o que se pretende é que "o doente tenha momentos de paragem tão longos quanto possível".

Os internamentos em comunidades terapêuticas podem ser comparticipados pelo Estado, através das Administrações Regionais de Saúde (ARS), em 80% do valor do tratamento, que varia de 800 a 1.000 euros mensais.

A comparticipação é de "acesso automático, não tem nada a ver com o recurso das famílias", explicou o responsável do SICAD, declarando que as ARS investem cerca de 10 milhões de euros por ano, valor que se tem mantido estável nos últimos cinco anos.

Atualmente, existem em Portugal mais de 60 comunidades terapêuticas, espalhadas um pouco por todo o território continental, disponibilizando mais de 2.000 camas.

Destas, cerca de 1.500 estão convencionadas, pelo que "conseguem responder absolutamente à atual procura".

De acordo com o responsável do SICAD, "a taxa de ocupação tem vindo a baixar", devido à redução do número de toxicodependentes.

Para além do tratamento de drogas, as comunidades terapêuticas tratam hoje de dependências de álcool, jogo, sexo e perturbações do comportamento alimentar, assistindo-se a "um aumento do número de doentes alcoólicos em tratamento".

Segundo Manuel Cardoso, os toxicodependentes são cada vez mais velhos, porque estão "mais envelhecidos, não são os mais velhos que estão a consumir". Nestes, "tem que haver muitas repetições de tratamentos".

Neste sentido, pretende-se que a comunidade terapêutica "não entre num ciclo de tratar, deixar ir embora e voltar a tratar", pelo que, em caso de uma alta não programada numa mesma comunidade, o doente tem que ir para uma outra instituição.

Em relação aos jovens, atualmente têm "um consumo utilitário das substâncias, seja álcool, sejam substâncias ilícitas, o que significa que menos facilmente entram numa de dependência de uma substância", advogou o subdiretor geral do SICAD.

Ainda assim, existem casos de menores, entre os 14 e os 18 anos, a entrar em internamento nas comunidades terapêuticas, por decisão do Tribunal de Família e Menores, em regime de substituição de pena.

Sobre o atual funcionamento das comunidades, Manuel Cardoso admitiu que são necessários mais recursos humanos.

Independentemente das necessidades, o responsável do SICAD não crê que "haja alguém que queira ajuda que não a tenha tido".

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