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Vento forte e vários focos dificultam combate em Vila Pouca de Aguiar

O vento, a falta de acessos e a existência de vários focos dificultam hoje o combate às chamas em Vila Pouca de Aguiar, onde a frente que mais preocupa os operacionais começou a ceder às descargas dos meios aéreos.

Vento forte e vários focos dificultam combate em Vila Pouca de Aguiar
Notícias ao Minuto

19:23 - 07/09/16 por Lusa

País Incêndios

"Temos uma frente ativa que nos causa alguns problemas e que vai em direção à aldeia de Paredes do Alvão, mas é onde estão a atuar os meios aéreos e o fogo está a ceder às descargas. Esta parte que nos preocupa mais está a ceder aos meios terrestres e aos meios aéreos", afirmou o comandante dos bombeiros do Peso da Régua, Rui Lopes, perto das 19:00.

O incêndio, que começou em Soutelinho do Mezio, freguesia de Telões, na segunda-feira, chegou a ser dado como extinto, mas reacendeu na tarde de terça-feira.

Rui Lopes está hoje a comandar as operações em Vila Pouca de Aguiar e disse à agência Lusa que, no terreno, as grandes dificuldades encontradas pelos operacionais são o vento forte, os acessos e também a falta de meios, já que, por causa das muitas ignições, é preciso dispersar os operacionais.

Depois, acrescentou, têm-se verificado também "muitas reativações".

Para além da frente de Paredes do Alvão, há frentes viradas à aldeia da Samardã e a Soutelinho do Mezio.

Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), no combate a este fogo estão 162 bombeiros, sapadores florestais, militares da GNR e do Exército, que estão a ser apoiados por 48 viaturas e três meios aéreos.

O presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Alberto Machado, disse hoje que os fogos que assolaram o concelho nos últimos dias queimaram cerca de 15 mil hectares, ainda alguns armazéns agrícolas e casas devolutas.

O autarca referiu que as chamas cercaram várias aldeias, mas, apesar de terem ardido algumas casas devolutas e armazéns, os bombeiros e população conseguiram evitar que fossem atingidas casas habitadas. Foi, no entanto, necessário retirar algumas pessoas de algumas aldeias por uma questão de precaução.

"Ainda que a época seja de combate, o problema é que se tem descurado a prevenção", afirmou ainda o presidente.

Alberto Machado disse que defendeu perante os governos (anterior e atual) "a necessidade de mudar as competências na gestão e intervenção florestais, administrada pelos conselhos diretivos e Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

"É preciso alterar a atual lei de gestão dos baldios porque o Estado não faz nada. Por conseguinte, as competências têm de ser delegadas na autarquia para que esta possa, por exemplo, efetuar repovoamentos florestais ou ter autonomia na criação de pontos de água", salientou.

O mais recente exemplo da "inércia estatal" na gestão florestal é, segundo Alberto Machado, que "a autarquia está há mais de três meses à espera de autorizações para melhores acessos aos pontos de água".

Por volta das 19:00, a página da internet da ANPC contabilizava 17 incêndios no distrito de Vila Real que mobilizavam 526 operacionais, 164 viaturas e cinco meios aéreos.

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