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Maria Isabel Barreno era "minha amiga do coração"

A escritora Maria Teresa Horta lamentou hoje a morte de Maria Isabel Barreno, "uma mulher excecional, inteligentíssima, muito culta e leal" a quem ficou ligada desde que escreveram, com Maria Velho da Costa, as 'Novas Cartas Portuguesas'.

Maria Isabel Barreno era "minha amiga do coração"
Notícias ao Minuto

22:35 - 03/09/16 por Lusa

País Maria Teresa Horta

"Nesta altura, que é uma altura de uma grande depressão e de um choque muito grande, o que posso dizer é isto: ela era uma mulher excecional, inteligentíssima, muito culta e muito leal, e que tem uma obra muito importante -- 'A Morte da Mãe' -- que acho que devia ser reeditada rapidamente, já deveria ter sido há muito tempo", disse Maria Teresa Horta à Lusa.

"E era minha amiga do coração, minha irmã", acrescentou, sobre a escritora e investigadora que morreu hoje à tarde, aos 77 anos, e que ficará para a história do século XX português como uma das "Três Marias" perseguidas e julgadas pela ditadura do Estado Novo pela publicação anónima, em 1971, de uma polémica obra assente na reescrita das cartas seiscentistas da freira portuguesa Mariana Alcorofado e que abriu o caminho ao debate sobre a igualdade de género.

Afirmando não ser, neste momento, "capaz de dar uma opinião distanciada em relação à Isabel", Teresa Horta frisou: "Eu escrevi com a Isabel e com a Maria Velho da Costa, escrevemos as três as 'Novas Cartas Portuguesas' no tempo do fascismo, e isso agarrou-nos muito, foi uma coisa excecional".

"Não tenho um senão em relação à Isabel", prosseguiu, acrescentando: "E foram muitos anos desde que nos encontrámos a primeira vez e que eu lhe fiz uma entrevista para o jornal A Capital, para o suplemento literário, que era coordenado por mim".

"Não é só um escritor, é um escritor com quem eu escrevi, e uma pessoa quando escreve com alguém é para sempre, é eterno, não há nada a fazer. A nossa eternidade é que, pelos vistos, como se vê pela Isabel, é muito curta", concluiu.

Maria Isabel Barreno será cremada no domingo, às 17:00, no cemitério dos Olivais, em Lisboa.

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