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Cidadãos Auto-mobilizados pedem novo projeto para Segunda Circular

A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) considerou hoje que o cancelamento do concurso para a requalificação da Segunda Circular é uma medida "bem-vinda", pois permitirá repensar o projeto para aquele traçado da cidade de Lisboa.

Cidadãos Auto-mobilizados pedem novo projeto para Segunda Circular
Notícias ao Minuto

20:52 - 03/09/16 por Lusa

País Associação

"Na nossa perspetiva a interrupção é bem-vinda na medida em que pode ser uma oportunidade para repensar todo o projeto e toda a obra proposta, dado que a obra tem deficiências muito claras e muito óbvias", afirmou o presidente da ACA-M, Manuel João Ramos, em declarações à Lusa.

A associação já se tinha manifestado muito crítica do projeto para a Segunda Circular, que considerou "desastroso" por não acautelar as situações mais problemáticas.

A Câmara Municipal de Lisboa anulou o concurso para a requalificação da Segunda Circular e abriu um inquérito para averiguar a existência de eventuais "conflitos de interesses" por parte de um projetista, anunciou na sexta-feira o presidente da autarquia.

Fernando Medina afirmou, em conferência de imprensa, que "estas decisões resultam de o júri do concurso ter detetado indícios de conflitos de interesses, pelo facto de o autor do projeto de pavimentos ser também fabricante e comercializador de um dos componentes utilizados" na mistura betuminosa.

A decisão anunciada também suspende "a empreitada já em curso relativa à intervenção na Segunda Circular, no troço entre o nó do RALIS e a Avenida de Berlim", iniciada a 04 de julho, já que "a equipa [envolvida] é a mesma", acrescentou.

O autarca socialista explicou que esta situação "não era do conhecimento da Câmara de Lisboa aquando do lançamento do concurso, e não foi possível afastar as dúvidas de que o mesmo o tivesse viciado".

Na opinião da ACA-M, a "Câmara deveria olhar de novo para o projeto e verificar se não há possibilidade de fazer as obras que são consideradas urgentes pelo menos desde 2007".

Alegando que "a proposta de obra que iria ser executada era uma obra sobretudo de cosmética, que não resolve os problemas essenciais, que estão identificados há já muito tempo pela própria Câmara Municipal", o responsável considerou que deviam ser repensadas questões ligadas ao pavimento, traçado e sinalização.

"Há entradas e saídas muito perigosas, há alterações de pavimento muito perigosas, pavimento inadequado muito perigoso, e sinalização que totalmente inadequada, mal colocada e invisível", enumerou.

Por se colocarem "questões prementes de segurança e de funcionalidade da via", Medina vai propor à câmara a adoção das "medidas de contingência que se revelarem necessárias, nomeadamente em áreas críticas do pavimento, na sinalização, nos mecanismos de controlo de velocidade ou no viaduto do Campo Grande".

Manuel João Ramos lembrou que "obras de urgência já tinham sido requeridas, já tinham sido aceites e aprovadas em 2007", mas na altura não avançaram porque "não havia financiamento".

"Se na altura não havia financiamento, mas agora já há parece-me que só estamos a pecar por muito tardio. Estamos a falar de obras que eram consideradas urgentes em 2007, estamos em 2016, façamos as contas, são nove anos de omissão de ação por parte do executivo camarário", criticou.

Depois de muita contestação, a Câmara de Lisboa avançou no início de julho com a primeira fase das obras de requalificação da Segunda Circular, entre o troço do nó do Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS) e a Avenida de Berlim, freguesia dos Olivais.

A obra devia terminar no início de outubro e, depois destes trabalhos, orçados em 750 mil euros, deveria iniciar-se a segunda empreitada, avaliada em 9,5 milhões, nos cerca de dez quilómetros entre o nó da Buraca e o aeroporto.

O projeto previa a requalificação da via, através da renovação do piso, substituição da iluminação pública, reparação do sistema de drenagem e "redução do número de entrecruzamentos", anunciou a autarquia.

A intervenção visava ainda a arborização e ampliação do separador central, renovação da sinalética, criação de um sistema de retenção de veículos e introdução de guardas de segurança.

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