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"Calamidade no museu"? Governo desconhece, diretor explica

O Ministério da Cultura afirmou hoje desconhecer "qualquer ocorrência concreta" que justifique a admissão, pelo diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, de "uma calamidade", mas o responsável explicou que se referia a falta de recursos humanos.

"Calamidade no museu"? Governo desconhece, diretor explica
Notícias ao Minuto

20:23 - 02/09/16 por Lusa

País Museu

António Filipe Pimentel avisou hoje que "um destes dias há uma calamidade no museu", porque se anda a "brincar ao património", afirmando que as tutelas dispõem de toda a informação cabal.

O alerta sobre as condições do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) foi deixado hoje de manhã, na Escola de Quadros do CDS-PP, que decorre até domingo, em Peniche, durante um painel intitulado "Qual a importância económica da cultura?", no qual participou o diretor do museu, António Filipe Pimentel, juntamente com Pedro Mexia, consultor para a área da cultura, do Presidente da República.

"São 64 pessoas para 82 salas abertas ao público. De certeza absoluta que um destes dias há uma calamidade no museu. Só pode, porque andamos a brincar ao património. Mas, a esta altura, todas as tutelas dispõem de toda a informação cabal do que vai acontecer, mas, quando acontecer, abre os telejornais", avisou António Filipe Pimentel.

Contactado pela Lusa o gabinete do Ministro da Cultura respondeu desconhecer qualquer ocorrência para estas declarações, pelo que deve ser Filipe Pimentel a concretizar.

"O Ministério da Cultura é sensível às dificuldades que muitos serviços enfrentam com a carência de recursos humanos e está, desde o primeiro dia, a trabalhar diretamente com as instituições que tutela para encontrar as soluções mais adequadas", disse também o gabinete do ministro, em comunicado, no qual lembra que o assunto "não é de agora" e é transversal a várias instituições.

Questionado pela Lusa sobre a "calamidade no museu", António Filipe Pimentel explicou que se relaciona com a segurança, já que os recursos humanos são escassos. "O Museu tem de garantir a segurança do património e gere no limite esse processo".

Basicamente, o diretor explicou à Lusa que disse, em Peniche, o que é público e que é do conhecimento da tutela (falta de recursos humanos, a nível de segurança e de técnicos superiores), mas usando palavras diferentes, "num contexto de sala de aula".

"Foi um alerta para questões pendentes de salvaguarda do património", explicou, lembrando que o MNAA está "num processo de rejuvenescimento continuo", mas com um quadro de recursos humanos "esticado ao limite" por constrangimentos históricos e crónicos e agravados com a atual crise.

O diretor salientou a sua preocupação com a segurança do património exposto, mas disse acreditar que o assunto será resolvido "atempadamente", e negou que estivesse "a fazer passar uma mensagem", por não ser o seu estilo nem fazer sentido.

"Angustia-me a segurança do acervo, como me angustia ter de fechar espaços [por falta de profissionais para garantir a segurança], quando temos cada vez mais visitantes", disse.

Em julho, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, disse no parlamento que o MNAA, em Lisboa, vai testar um novo modelo de gestão das entidades culturais.

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