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"Com a mão de Deus, consegui". Ismael já é um 'padre de ferro'

Pensou em "desistir", mas não o fez e conseguiu. O padre Ismael alcançou a sua meta e o primeiro Ironman já cá canta. Foram quilómetros "difíceis", entre bicicleta (180km), corrida (42km) e natação (quase 4km), mas desta vez o fim da prova histórica teve aquilo que nunca antes tivera: um padre a concretizá-la Enfrentados os medos, falámos com o Padre Ismael para nos contar como conseguiu este feito.

"Com a mão de Deus, consegui". Ismael já é um 'padre de ferro'
Notícias ao Minuto

08:41 - 28/08/16 por Inês Esparteiro Araújo

País Ironman

Estava nervoso, com medo”. Na maratona pensou “várias vezes em desistir”, mas mesmo assim o padre Ismael (ou o ‘Iron Priest’) superou o seu objetivo. Em 11h13, o padre português de Trás-os-Montes conseguiu, em Copenhaga, terminar a prova mais temida no mundo do triatlo, o Ironman.

“Isto foi o cumprir de um sonho. Um objetivo a que me tinha proposto no ano jubilar da misericórdia como padre e cristão e assim podia celebrar este ano com esta loucura desportiva. Treinei nove meses e consegui”, contou Ismael ao Notícias ao Minuto dois dias depois de ter terminado a prova, agora já a aproveitar o que a Dinamarca de bom tem para oferecer.

Ao contrário de muitos outros atletas que treinam durante dois anos para conseguir fazer esta prova, o padre Ismael provou que basta querer para conseguir. E, surpreendentemente, até fez melhor do que estava à espera: “Tinha posto como ideia as 12 horas para homenagear os 12 apóstolos, mas consegui baixar os meus tempos. Na natação excedi um minuto, mas na bicicleta baixei 20 e na maratona baixei mais ou menos dois minutos”.

Apesar de a natação ter sido a parte da prova “mais assustadora”, porque “tinha muita gente a nadar ao mesmo tempo e estava nevoeiro e escuro”, foi na maratona que Ismael foi posto à prova. “Aqui [nesta parte da prova] tem de haver uma transcendência. É lutar contra o cansaço. Temos capacidades que não conhecemos. A partir dos 20 quilómetros parece que existe um muro e, ou se consegue passá-lo, ou se desiste. E essa passagem é feita com a mão de Deus… e assim consegui fazer os outros 20 quilómetros que faltavam”, recorda.

Mais uma vez, “a companhia” de um dos treinadores, Nuno Espanã, foi essencial para o padre português conseguir ter forças. Principalmente, porque tal como contou, passou “o último mês antes da prova a tratar de uma lesão na perna esquerda”. Com a ajuda do seu clube do coração, o Benfica, conseguiu estar pronto e na prova “a dor acabou por adormecer (…) As coisas vão acontecendo, com fé e muita oração”.

“Emocionado”, recorda ainda que no dia anterior ao derradeiro dia, a Compressport  (principal patrocinador) dedicou-lhe um vídeo de boa sorte. “Puseram os três campeões do mundo a desejar-me boa sorte. Fiquei bastante emocionado com o gesto… E a malta do triatlo ficou de boca caída quando viu aquilo”, disse, bem-disposto.

E o que se segue agora? “O objetivo é conseguir a cada ano fazer um Ironman e, em Portugal, fazer uma aventura grande mensalmente. Quando voltar aos triatlos, já será vestido de vermelho”, a cor do seu eterno clube, garantiu.

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