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Quercus lamenta "gestão ilegal" de lamas em Viseu

A Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza lamentou hoje que a gestão de lamas de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) continue "sem controle em Portugal", exemplificando com um caso verificado no concelho de Viseu.

Quercus lamenta "gestão ilegal" de lamas em Viseu
Notícias ao Minuto

09:41 - 22/08/16 por Lusa

País ETAR

Em comunicado, a Quercus alude a um decreto-lei de 2009, segundo o qual "os locais de armazenamento devem ser impermeabilizados e cobertos de forma a evitar infiltrações ou derrames que possam originar a contaminação dos solos e das massas de águas superficiais e subterrâneas".

No entanto, refere que tal não se verifica na Vila Nova do Rego, na freguesia de Povolide, onde uma empresa "está a depositar ou eventualmente a fazer uma operação de armazenamento não autorizada, num terreno sem quaisquer das condições referidas para o efeito".

O terreno fica situado junto da Estrada Nacional 229-2 e, "a partir da berma da estrada, é possível visualizar o amontoado de lamas", acrescenta.

A Quercus já denunciou a situação à Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento Território. Comunicou também à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos "as eventuais entidades gestoras concessionárias de saneamento de águas residuais envolvidas", apuradas através do portal dos contratos públicos, nomeadamente os Serviços Municipalizados de Viseu, o Saneamento Integrado dos Municípios da Ria e as Águas do Zêzere e Côa.

Contactado pela agência Lusa, o município de Viseu manifestou "preocupação extrema com os riscos e as incomodidades da deposição e transformação de lamas em Vila Nova do Rego, na freguesia de Povolide, por parte de uma empresa".

O município refere que "tem junto das autoridades ambientais solicitado intervenção urgente no sentido de receber garantias quanto à legalidade, controlo e segurança dessa operação" e que tem acompanhado a evolução da situação junto da população.

"Dada a natureza da operação em causa no local (a deposição e transformação de lamas através de compostagem), o município não tem qualquer intervenção nos processos de licenciamento e fiscalização que cabem às autoridades dos Ministérios do Ambiente e da Agricultura", explica.

Apesar disso, o executivo e os serviços municipais têm "intensificado os contactos junto de entidades responsáveis, como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e a GNR", apelando "à intervenção urgente e indispensável do Estado Central nos papéis de fiscalização e legalização que lhe cabem, em proteção da saúde pública e dos interesses territoriais em causa".

A Quercus refere a existência de relatórios que apontam "que há reiteradamente gestão ilegal de lamas, comprometendo desta forma o ambiente e colocando em causa a saúde pública", e apela às entidades competentes que "tratem este caso de uma forma exemplar para ter um efeito dissuasor".

Ao Ministério do Ambiente, a associação apela que diga publicamente "o que já fez ou está a fazer para acabar de vez com o flagelo da gestão ilegal de lamas", que muitas vezes têm como "principais atores empresas licenciadas que atuam com o beneplácito dos produtores de lamas de ETAR".

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