Associação de baldios pede medidas de exceção para agricultores
A Balagri - Associação dos Baldios e Agricultores da Região de Viseu apelou hoje à "intervenção imediata do Governo" no acionamento de medidas de exceção para acudir aos pequenos e médios agricultores e produtores florestais afetados pelos incêndios.
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País Incêndios
Em comunicado, a Balagri refere que este verão, "só no concelho de Viseu, contam-se já mais de um milhar de hectares de área ardida, particularmente nas freguesias de Torredeita e dos Coutos".
"No concelho de S. Pedro do Sul, a catástrofe atingiu não só a floresta, mas também gado, apiários, casas de habitação e de lavoura, redes de água, de eletricidade e comunicações", acrescenta.
No seu entender, um dos fatores que têm levado à ocorrência de incêndios é o "abandono forçado das populações dos meios rurais, cujo êxodo conduziu a elevados níveis de despovoamento, devido não só à falta de apoios aos pequenos e médios produtores agrícolas e florestais, como também ao encerramento de serviços públicos básicos".
A associação lamenta também a "falta de ordenamento florestal com excessivo e crescente recurso à monocultura seja de pinheiro, seja de eucalipto, com clara predominância deste último", e a "falta de limpeza das matas privadas, públicas e comunitárias", verificando-se o "incumprimento por parte do Estado nas responsabilidades que lhe cabem, quer nas florestas públicas, quer na gestão participada nos baldios".
Outros fatores que, na sua opinião, motivam os incêndios são a "não inclusão estruturada das populações rurais na ajuda ao combate dos incêndios", o "reduzido número de equipas de sapadores florestais" e a "inexistência de um efetivo planeamento em matéria das redes primárias e secundárias (estradas e faixas de gestão de combustíveis)".
A Balagri refere ainda o "aumento significativo do fosso financeiro entre a prevenção e o combate", ou seja, "menos dinheiro para a prevenção, mais dinheiro para as empresas de combate aéreo".
Neste âmbito, considera que o Governo deve promover políticas de apoio à fixação das populações nos meios rurais.
Uma das formas seria concedendo apoios "à pequena e média agricultura, garantindo escoamento dos produtos agrícolas e florestais a preços justos, nomeadamente do material lenhoso queimado", refere a associação.
A abertura ou reabertura de serviços públicos e a "revisão da lei que liberaliza a plantação de eucaliptos com a criação de incentivos compensatórios aos produtores florestais que optem pela plantação de espécies autóctones, de forma a combater a monocultura" seriam também boas medidas a tomar, acrescenta.
A Balagri defende o aumento do financiamento para criar novas equipas de sapadores florestais e definir um melhor planeamento de redes primárias e secundárias.
"Estas medidas provocarão obrigatoriamente a diminuição de despesas no combate direto aos incêndios", sublinha.
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