"O objetivo é homenagearmos todos aqueles que estiveram no combate aos incêndios", disse à agência Lusa Hélder Pereira, elemento de uma empresa de eventos na região que organizou esta iniciativa, divulgada pelas redes sociais.

Salientando que "as boas notícias são que já não há incêndios ativos" na Madeira, depois dos focos que deflagraram na tarde da passada segunda-feira, na freguesia de São Roque, no Funchal, e que se alastraram a outras localidades, acabando o fogo por "descer" à baixa da cidade, às zonas de São Pedro e Santa Luzia.

A iniciativa inclui uma caminhada, passando pelas instalações de todas as forças envolvidas no combate aos incêndios, Guarda Nacional Republicana (GNR), Comando Regional da PSP, Bombeiros Voluntários Madeirenses e Municipais do Funchal, Cruz Vermelha, acabando na Zona Militar da Madeira.

Um outro objetivo é a angariação de fundos para apoiar as pessoas que ficaram desalojadas na sequência destes incêndios, referiu Hélder Pereira.

Tiago e Joana, formam um dos casais que respondeu ao apelo, embora, "felizmente", não tenham sido afetados, mas estavam na Praça do Povo porque quiseram "mostrar o apoio e reconhecimento por todos os envolvidos no combate aos incêndios".

Elizabete Granito reside em Santo António e desta vez o fogo não esteve na sua zona, mas afirmou à Lusa que "não podia faltar para manifestar solidariedade e reconhecimento por estas pessoas, sobretudo os bombeiros, que trabalham muito nestas ocasiões e são das [pessoas] mais mal pagas em Portugal".

"Foi uma tristeza. Estivemos duas noites sem dormir, sempre no caminho a ver aquela tragédia e a ouvir as garrafas de gás a explodir", complementa a sua amiga Conceição Pereira.

Por seu turno, uma das bombeiras presentes na praça, que pediu para não ser identificada, "porque foi um trabalho e esforço de todos", disse estar sensibilizada com a iniciativa.

"É um reconhecimento pelo nosso trabalho. É sempre bom e eu nem sabia desta manifestação", sublinhou.

A jovem bombeira disse que o combate aos incêndios nos últimos dias na Madeira "foi difícil", acrescentando: "É sempre complicado porque queremos ajudar e não conseguimos acudir a todas a situações".

"Sentimo-nos os seres mais pequenos do Universo nesses momentos", desabafou, concluindo que "sem o apoio das pessoas que forneceram água e outras coisas não teria sido possível".

A Madeira foi fustigada esta semana por incêndios de grandes dimensões que provocaram três vítimas mortais, cerca de mil pessoas tiveram que ser retiradas de casas e instituições, mais de duas centenas imóveis ficaram danificados e os danos materiais são avultados.