Três mortos na noite em que o fogo desceu ao coração da Madeira
Há já três vítimas mortais a registar e pelo menos uma pessoa desaparecida.
© Reuters
País Funchal
Começou ainda na segunda-feira, em São Roque. As primeiras chamas deflagraram durante a tarde e começaram a crescer. Movidas pelas altas temperaturas e os ventos fortes que se têm feito sentir na ilha da Madeira, as chamas prosseguiram o seu caminho, apesar da luta de bombeiros e da população. Na noite da última terça-feira, chegaram mesmo ao Funchal, ‘ferindo’ até o centro histórico.
São momentos difíceis os que ainda se vivem na Madeira, com as chamas a lavrar em diferentes concelhos. Há já três vítimas mortais a registar na sequência dos incêndios, confirmou fonte do Governo Regional da Madeira à agência Lusa. Há também uma pessoa desaparecida e duas feridas com gravidade.
No seu imprevisível caminho, as chamas têm destruído edifícios, alguns emblemáticos, como a unidade hoteleira de luxo Choupana Hills, mas também casas de pessoas e até as instalações de uma associação de animais, que se viu obrigada a deixar os animais fugir, confiando que no instinto destes estaria a chave da sua sobrevivência.
Durante a madrugada, Paulo Cafôfo, autarca do Funchal, revelava que cerca de mil pessoas tinham sido deslocadas das casas, hotéis e hospitais onde estavam. A maior parte (cerca de 600) passou a noite em instalações do exército. Outros 300 viram o Estádio dos Barreiros, onde habitualmente joga o Marítimo, servir de abrigo na última noite. Os restantes foram para o centro cívico de São Martinho.
Entretanto, a Madeira já se viu obrigada a pedir ajuda. De fora chegam recursos e mais braços para combater as chamas. Cerca de 135 efetivos, 30 dos Açores e os restantes do continente, foram enviados para a ilha.
Online, surgem também relatos e imagens que mostram a força impressionante do fogo que ataca a ilha. #PrayforPortugal, escreve-se lá fora, com as chamas na Madeira a receberem destaque internacional.
Fire in #Funchal. You can hear gas explosions here and there #Madeira #crazy pic.twitter.com/4JUkbvkVYp
— APDZ (@AljaPolerDeZwar) August 9, 2016
Esta quarta-feira, o Governo Regional da Madeira dispensou os funcionários considerados não imprescindíveis de comparecerem ao serviço.
O objetivo é evitar um grande afluxo de pessoas no centro da cidade numa altura em que a prioridade é o combate às chamas e a segurança da população. Os prejuízos, esses, ainda terão de ser contabilizados quando a fúria das chamas se acalmar. Mas é certo que serão avultados.
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