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Movimento ambientalista contesta praia para cães em Peniche

A Arméria - Movimento Ambientalista de Peniche contestou hoje a criação de uma praia aberta a cães na zona da Papôa, alegando risco para o património ambiental, mas a autarquia rejeita qualquer perigo.

Movimento ambientalista contesta praia para cães em Peniche
Notícias ao Minuto

15:15 - 04/08/16 por Lusa

País Papôa

A "preocupação" e a "posição contrária" à criação de uma praia para permanência e circulação de cães (numa área que continuará a não ser concessionada) foi hoje expressa pela Arméria num comunicado em que aponta vários riscos.

Segundo o movimento, a praia do Porto da Areia do Norte, onde no sábado será inaugurada a praia para cães, encontra-se numa área que "não apresenta condições de segurança nem estacionamento ajustados a uma utilização mais ou menos intensiva".

Por outro lado, "nas proximidades existem ainda vários e relevantes vestígios históricos e arqueológicos", que a Arméria teme que fiquem em causa, apesar de o espaço se encontrar "integrado na Reserva da Biosfera das Berlengas, assim como poderá ser uma mais-valia para o corte geológico da Ponta do Trovão, também alvo de classificação por parte da UNESCO" (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), refere o comunicado.

Na envolvente à praia continuam a ser feitos estudos de âmbito geológico, lembra.

A Arméria lamenta que numa altura em que "os sistemas marinhos e litorais estavam a recuperar" se introduza "um novo fator de perturbação", pondo em risco para além da fauna marinha a atividade dos mariscadores.

Contestando o facto de não ter sido consultado e de desconhecer os critérios que levaram à escolha do local, o movimento demonstra estranheza pela rapidez com que decorreu o processo de criação da praia quando, sustenta, o local tem "imensas potencialidades" para a utilização da comunidade local e dos turistas.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, refutou a existência de qualquer risco "para os valores ambientais" da praia, que "já era frequentada por pessoas com cães, sem qualquer tipo de normas", e que agora passam a estar sujeitas "às condições que constam do aviso da Autoridade Marítima".

A câmara admite não ter ouvido o movimento ambientalista sobre a criação da praia por considerar não estar em causa "qualquer tipo de degradação de valores ambientais", antes pelo contrário.

"Vamos fazer é a valorização humana e enquadrar a utilização humana que já é feita neste momento, com maior vigilância e com meios da Autoridade Marítima", declarou.

António José Correia lembrou ainda que a zona da Papôa (onde se insere a praia do Porto da Areia do Norte) tem em execução um plano de valorização cuja primeira fase já foi implementada com ações de proteção da Ponta do Trovão, a criação de zonas de estacionamento e a afixação de painéis informativos sobre a riqueza patrimonial daquele espaço.

"Colocámos sinalética proibitiva de estacionamento junto das zonas mais sensíveis, incluindo na zona da Papôa, e aguardamos a aprovação de uma outra intervenção de proteção da arriba, com a colocação de delimitadores em madeira tratada", adiantou o presidente, considerando que "nunca ninguém fez tanto para proteger os valores naturais, paisagísticos e patrimoniais".

António José Correia assegurou ainda que o uso da praia acessível a cães "vai ser monitorizado" afastando preocupações em relação à primeira experiência do género no país.

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