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Produtora admite salários em atraso mas promete honrar compromissos

A produtora cinematográfica Blackmaria reconhece a situação de salários em atraso no filme 'O ornitólogo', de João Pedro Rodrigues, e afirma que vai honrar os compromissos assumidos, num comunicado hoje enviado à Lusa.

Produtora admite salários em atraso mas promete honrar compromissos
Notícias ao Minuto

14:35 - 02/08/16 por Lusa

País Blackmaria

"Na realidade existe uma situação de atraso de pagamentos parciais em relação a alguns elementos da equipa. Esta situação foi sempre assumida pela produtora", afirma João Figueiras em comunicado.

"As situações de atrasos estão a ser resolvidas na medida do possível e com a maior brevidade possível dentro de um contexto difícil de concretizar os objetivos inicialmente previstos. Em dez anos de atividade esta foi a primeira vez que tal situação aconteceu ou está a acontecer nesta produtora.

A produtora, garante João Figueiras, "não deixará de honrar os seus compromissos, mesmo com atraso".

"Na verdade, quase todos estes técnicos já trabalharam anteriormente com a Blackmaria e nunca tiveram qualquer problema", remata o responsável.

Na segunda-feira, o CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espetáculo e do Audiovisual denunciou, em comunicado, "atrasos nos pagamentos de salários a vários trabalhadores" de filmes das produtoras Happygénio e Blackmaria.

Os filmes em questão são 'Zeus', de Paulo Filipe Monteiro, da Happygénio, e 'O ornitólogo', de João Pedro Rodrigues, da Blackmaria, ambos financiados pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).

O filme 'O ornitólogo' foi selecionado para a competição do Festival de Locarno, na Suíça, "numa altura em que vários técnicos, atores, e o próprio realizador ainda não receberam os seus salários", afirmou o CENA.

A rodagem de 'O ornitólogo' terminou em outubro do ano passado e, segundo o CENA, "foram feitos pagamentos aleatórios a alguns trabalhadores sem que a produtora Blackmaria conseguisse justificar essa diferenciação entre os trabalhadores".

Em comunicado a Blackmaria esclarece que "este filme foi uma coprodução extremamente complicada entre Portugal, França e Brasil".

João Figueiras afirma-se surpreendido pela denúncia feita pelo CENA, "especialmente da forma vaga como me foi transmitida na passada sexta-feira por uma ameaça por telefone".

"Não é verdade que a produtora só tem 30.000 euros a receber do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), existe ainda a participação brasileira que ficou afetada pela desistência do primeiro coprodutor (que o fez sem avisar a Blackmaria)", garante.

Segundo Figueiras "o orçamento do filme ultrapassa de forma substancial o apoio do ICA", e esclarece que o Instituto "esteve sempre informado da situação e está a acompanhá-la ouvindo todas as partes envolvidas de forma a ajudar no que lhe for possível à resolução da mesma".

"O ICA tem mecanismos próprios para fiscalizar, apoiar, aconselhar em qualquer situação de conflito. O ICA tem sempre zelado pela defesa do interesse público na exigência de transparência de informação perante questões como esta. Não há um dedo que se possa apontar ao ICA", sublinha João Figueiras.

João Figueiras atesta que "na maioria das vezes o problema dos filmes não está no dinheiro que existe, está no 'cash flow' que se consegue criar durante a sua produção, e neste caso este problema existiu de forma muito marcante".

"Sempre foi intenção da Blackmaria resolver a questão e sempre será. Esta é uma situação anómala e que acontece pela primeira vez", realça João Figueiras que acrescenta: "o passado do produtor também fundador de outra produtora emblemática do cinema português nunca teve qualquer tipo de situação semelhante".

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