Julho com mais ocorrências mas menos área ardida do que últimos 10 anos
O número de ocorrências de fogos florestais ficou acima da média dos últimos 10 anos, em julho, mas a área ardida foi "bastante inferior", ao ficar em cerca de seis mil hectares, anunciou a Proteção Civil.
© Lusa
País Proteção Civil
O comandante operacional nacional, José Manuel Moura, revelou o balanço do primeiro mês da fase Charlie, que se prolonga até 30 de setembro, realçando que a área ardida em julho foi um terço da média do decénio, com 5.943 hectares contra 17.042 hectares.
No entanto, em julho registaram-se 3.331 ocorrências, contrastando com as 2.984 ocorridas durante o período de 10 anos, sendo o distrito do Porto aquele com mais ignições, com Paredes a liderar a lista de concelhos, com 206 situações.
"Estamos na presença de um dos mais quentes julhos, desde 1931", quando se iniciaram os registos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), e verifica-se "um conjunto de ocorrências acima da média do decénio, com um número muito significativo", contudo, a área ardida ficou "muito abaixo da média, cerca de metade daquilo que têm sido os julhos dos últimos anos", relatou.
O responsável realçou o facto de "se terem registado vítimas zero", o que deseja que se mantenha até ao fim das fases Charlie e Delta.
"Desde 01 de janeiro até 31 de julho verificaram-se 5.058 ignições de incêndios florestais, em povoamentos e em matos, não refletindo as 1.187 ocorrências de incêndio agrícola, muito abaixo da média dos últimos 10 anos, um dos melhores anos desta série estatística", disse José Manuel Moura.
Quanto à área ardida, estimou serem 7.300 hectares para uma média do decénio de 22.950, "portanto um terço a menos da média dos últimos 10 anos".
Na lista dos distritos com mais ocorrências, o Porto lidera com 1.044 ignições na fase Charlie, e nove concelhos, com Paredes em primeiro lugar, com 206 ignições, seguido de Penafiel, com 154 e de Felgueiras, com 136.
Entre os concelhos com mais área ardida estão Castelo Branco, com 1.199 hectares, Coruche (Santarém), com 570 hectares e Braga, com 296 hectares, a que se juntam Vale de Cambra (Aveiro), Carrazeda de Ansiães (Bragança) e Paredes de Coura (Viana do Castelo).
Quando questionado sobre as previsões para as próximas semanas, o comandante operacional nacional afirmou que na quarta-feira se deverá registar "algum desagravamento", mas a partir de sexta-feira é esperado agravamento das condições meteorológicas.
"Temos que estar preparados para responder a cada dia com os meios que temos", defendeu José Manuel Moura, considerando que estes são suficientes.
Realçou ainda que a redução do número de ignições permite aos operacionais concentrarem-se no combate contra os incêndios e recordou apelou aos cidadãos para que tenham o comportamento correto.
Segundo os dados da Autoridade Nacional de Proteção Civil, 94 incêndios foram combatidos por meios aéreos, 71% dos quais "foram despachados antes dos 90 minutos" e destes 18% em menos de 30 minutos.
A época mais crítica em incêndios florestais - fase Charlie - conta com um total de 9.708 operacionais, 2.235 equipas, 2.043 viaturas e 47 meios aéreos, um dispositivo idêntico ao de 2015.
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