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Serviços de saúde algarvios com serviços mínimos não evitam transtornos

A greve de enfermeiros, nos serviços de saúde algarvios, está a ter uma adesão entre os 60% e os 100%, em diferentes locais, ainda que nem todos os utentes se deem conta, por via dos serviços mínimos obrigatórios.

Serviços de saúde algarvios com serviços mínimos não evitam transtornos
Notícias ao Minuto

14:00 - 28/07/16 por Lusa

País Algarve

A greve de 48 horas, que arrancou hoje às 00:00, tem como propósito a aplicação das 35 horas aos enfermeiros com Contratos Individuais de Trabalho, a reposição do valor integral das horas extraordinárias de qualidade, a admissão de enfermeiros e o pagamento das horas extraordinárias.

Pelos corredores do Hospital de Faro são muitos os utentes que aguardam consulta. Muitos dizem não ter percebido qualquer diferença no atendimento e que não sentiram a falta de enfermeiros nos serviços de saúde.

Maria Conceição Neto acompanhou a irmã a uma consulta externa naquele hospital e disse à Lusa não ter notado "nada de anormal".

Já nas consultas externas de pediatria, o cenário é diferente e a sala de espera está cheia.

"Não há enfermeiros. Normalmente passa-se pela enfermagem e hoje foi direto à consulta", disse à Lusa Andreia Afonso, mãe de um menino de dois anos que tinha consulta de pneumologia pediátrica marcada há dois meses.

Após vários meses a aguardar a marcação de uma consulta de neurologia, que foi marcada para hoje, José Monteiro viu a sua consulta cancelada por falta de enfermeiros e técnicos de saúde. "Sabia [da greve] mas vim sempre esperançado que poderia ter a respetiva consulta", comentou, sem esconder o desalento de não saber a nova data da consulta.

O representante do SEP no Algarve, Nuno Manjua, contou que, no turno da manhã, o hospital de Portimão teve uma greve de 94% dos enfermeiros, enquanto no hospital de Faro a adesão foi de 68% e, no hospital de Lagos, registou-se que 62% de enfermeiros que aderiram à greve.

Nos serviços de cuidados de saúde primários destacam-se as unidades de saúde familiares de Vila Real de Santo António, Loulé e Almancil, onde a adesão foi total, enquanto em Vila do Bispo a adesão andou na ordem dos 60%, em Silves, 71%, e, em Albufeira, 75%.

A greve abrange ainda os trabalhadores da Função Pública que estão nos serviços de saúde públicos.

Rosa Franco, do Sindicato da Função Pública do Sul explicou que a adesão à greve, por parte destes profissionais, ronda os 70 a 75% no turno da manhã, no Centro Hospitalar do Algarve e nos restantes serviços de saúde públicos da região.

Os enfermeiros dos distritos do Algarve, Castelo Branco, Minho e Santarém cumprem hoje o primeiro de dois dias de greve convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portuguesa (SEP), no mesmo dia em que mais trabalhadores da saúde também estão em protesto.

"Não percebemos porque é que na Administração Pública todos passam para as 35 horas à exceção de quem tem contrato individual de trabalho", disse Nuno Manjua apontando que mesmo os profissionais que obtiveram as 35 horas semanais de trabalho acabam por fazer mais horas, porque não existem enfermeiros suficientes.

Segundo aquele sindicalista, o Centro Hospitalar do Algarve tem falta de aproximadamente 450 enfermeiros, mas deveria fazer a contratação urgente de, pelo menos, 170, considerando assim insuficiente as 80 vagas abertas esta semana, até porque diz que 40 das vagas são para substituir colegas que saíram através da mobilidade.

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