José Sócrates reagiu, esta manhã à entrevista do diretor do DCIAP, que referiu que o prazo para apresentar a acusação contra José Sócrates pode não ser cumprido. Em conferência de imprensa o antigo primeiro-ministro acusou o Ministério Público de nunca ter apresentado provas para a sua detenção e explica os motivos que acha que estão por trás da sua detenção.
"Quiseram impedir-me de ser candidato a Presidente da República e de ter uma voz pública", acusou, lembrando o “programa de comentário político que tinha na televisão".
Outras das motivações, defendeu, seria “prejudicar o Partido Socialista”.
“É hoje absolutamente evidente”, afirmou o polémico político ‘rosa’, considerando que quem o fez terá agido “por ódio ou preconceito político”.
“É a terceira vez que acontece comigo. A Direita fez todo o possível para me combater pessoalmente. A Direita política, um pouco por todo o mundo, acha que agora que a forma de atacar os adversários é exigir a sua prisão”, afirmou, referindo-se aos cartazes que nso Estados Unidos foram mostrados com a inscrição 'Hillary presa'.
O ex-primeiro-ministro disse também que vai processar o Estado. "Quanto a haver ou não haver acusação uma coisa digo: processarei o Estado porque o Estado teve um comportamento de abuso inqualificável", atirou.
Recorde-se que o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) tem até 15 de setembro para formalizar uma acusação a José Sócrates, no âmbito da Operação Marquês, na qual o antigo primeiro-ministro é suspeito dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para acto ilícito. Soube-se hoje, porém, que o prazo-limite estipulado pela Procuradoria Geral da República (PGR) pode não vir a ser cumprido.
"A única coisa que eu exijo da Justiça portuguesa e do diretor do DCIAP é que respeite a lei e o Estado de Direito. Ele não tem o direito, com aquela arrogância, de vir dizer na televisão: ´logo se vê'. Como se o Estado se pudesse comportar com um indivíduo da forma que quiser. Ele não tem esse direito", declarou José Sócrates.