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Ambientalistas querem ação para reduzir ameaças e evitar futuro sombrio

A Quercus alertou hoje para a necessidade de intervir ativamente para reduzir as ameaças à preservação de peixes dos rios enquanto a Zero e o FAPAS temem "um futuro sombrio" para a conservação da natureza, se forem adiados investimentos decisivos.

Ambientalistas querem ação para reduzir ameaças e evitar futuro sombrio
Notícias ao Minuto

06:25 - 28/07/16 por Lusa

País Quercus

As preocupações das associações de defesa do ambiente são divulgadas para marcar o Dia Nacional da Conservação da Natureza, hoje assinalado, e que também será comemorado pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN), juntamente com o aniversário dos seus 68 anos, realçando o papel que teve na criação do Parque Natural da Arrábida, em 1976, assim como de outras áreas protegidas.

Os ambientalistas da Quercus decidiram aproveitar esta data para chamar a atenção para a conservação dos peixes de água-doce, salientando que, depois do trabalho da associação para minimizar os impactes negativos sobre os cursos de água e recuperar algumas espécies ameaçadas, "é altura de também o Estado português investir mais e melhor nesta área".

O crescimento da população, as infraestruturas turísticas e as atividades de produção, com descargas de efluentes, ou o aumento de espécies exóticas, "têm levado à drenagem e à poluição de zonas húmidas, responsáveis pela destruição de numerosos habitats", ameaçando os ecossistemas e as espécies autótones, explica a associação.

Entre as espécies de peixes de água-doce endémicas com elevado risco de ameaça, e com medidas especiais de conservação, estão a boga do Oeste, a boga portuguesa, o escalo do Mira, o escalo do Arade, a boga do Sudoeste e o saramugo.

Para a Associação Sistema Terrestre Sustentável - Zero e o Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens (FAPAS) está é a oportunidade para denunciar a "preocupante inação que antecipa um futuro sombrio".

No retrato que transmitem, além de problemas como poluição dos rios, "solos degradados por práticas agrícolas desastrosas", ou espaços florestais ocupados por monoculturas de eucaliptos, é apontada a falta de articulação dos serviços públicos.

"Temos uma administração que, apesar de partilhar muitas competências por diversos organismos, que pouco ou nada se articulam, elabora planos, programas e projetos que não estão interligados", salientam a Zero e o FAPAS

São exemplos "a falta de coincidência entre os planos de ordenamento florestal e os planos de gestão das regiões hidrográficas ou a descoordenação total na aplicação das medidas agroambientais".

E, continuam, mesmo quando são obrigatórias políticas de gestão para seguir compromissos internacionais, como nas áreas classificadas, que ocupam 22% do país, "pouco ou nada está a ser efetuado, havendo mesmo uma paradoxal ausência de recursos disponíveis, pontuada com episódios de desperdício", além de "uma recorrente gestão inadequada das prioridades de investimento".

Entre os pontos positivos, a Zero e o FAPAS referem os resultados conseguidos na reintrodução do lince ibérico, na proteção do priolo, nos Açores, e a conservação do lobo marinho, na Madeira.

Apesar das dificuldades financeiras e da "menor eficiência na fiscalização", as organizações defendem que as verbas conseguidas através dos fundos europeus devem ser utilizadas com eficiência e eficácia para garantir a preservação da biodiversidade.

Entre as propostas que avançam, está a recuperação dos ecossistemas costeiros e dos habitats florestais, a reabilitação de zonas húmidas, como os charcos e lagoas naturais, a consolidação da Rede Natura 2000, a regulação da pesca e a contabilização da capacidade de retenção de carbono pelos solos.

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