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"Não tenho o mínimo orgulho em ter assinado os prejuízos da Caixa"

O presidente cessante da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, declarou hoje não ter "orgulho" em ter assinado os prejuízos da entidade nos últimos anos, mas assinalou que nada podia fazer para os evitar.

"Não tenho o mínimo orgulho em ter assinado os prejuízos da Caixa"
Notícias ao Minuto

16:31 - 27/07/16 por Lusa

País José de Matos

"Se era preciso que alguém assinasse os prejuízos que a Caixa teve, eu assinei-os, porque era preciso que alguém os assinasse", vincou José de Matos, que falava na comissão parlamentar de inquérito sobre o banco público.

Declarando sentir-se "ofendido" por eventuais ideias de que escondeu prejuízos, José de Matos declarou que "só esconde prejuízos quem assina lucros que deviam ser prejuízos", frisando ter assinado as contas do banco público mesmo não podendo fazer nada para "evitar os prejuízos".

"Não tenho o mínimo orgulho em ter assinado os prejuízos da Caixa", reconheceu.

Na sua intervenção inicial perante os deputados da comissão de inquérito, o ainda presidente da CGD declarou que não há redução de depósitos no banco com as notícias dos meses recentes.

"Não acreditem quando alguém disse que conseguiu roubar depósitos à Caixa", declarou aos deputados, referindo-se a responsáveis de outros bancos que possam declarar ter ficado com depósitos de clientes do banco público.

O que tem havido pontualmente, admite o gestor, são "pessoas inquietas, que não percebem" o que se passa com a Caixa, e vão aos balcões perguntar informações aos trabalhadores do banco.

As audições da comissão parlamentar de inquérito à CGD arrancam hoje com a audição do presidente do banco público.

Depois de escutado José de Matos, os deputados ouvem, na quinta-feira, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e, na sexta-feira o ministro das Finanças, Mário Centeno.

A comissão parlamentar de inquérito à Caixa, imposta potestativamente por PSD e CDS-PP, tomou posse a 05 de julho na Assembleia da República, sendo presidida pelo social-democrata José Matos Correia.

A comissão de inquérito vai debruçar-se sobre a gestão do banco público desde o ano 2000 e abordará o processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, atualmente em negociação com Bruxelas.

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