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Agressões e suicídios na GNR. Uma realidade preocupante

Este ano, uma militar da GNR pôs termo à própria vida depois de ter sido alvo de um ataque brutal por três indivíduos.

Agressões e suicídios na GNR. Uma realidade preocupante
Notícias ao Minuto

08:12 - 31/07/16 por Patrícia Martins Carvalho

País Segurança

Sabrina Espada tinha 24 anos. Ainda eram poucos os anos que tinha como militar da GNR, mas a pressão, essa, foi demasiada.

Em maio, a jovem foi brutalmente atacada e esfaqueada por três homens que a seguiram no caminho para casa, depois de mais um turno na Costa de Caparica. Foi abandonada na rua, na zona dos Capuchos, ensanguentada e esfaqueada na zona do pescoço.

Sabrina foi levada para o Hospital da Orta, em Almada, e recuperou dos ferimentos que não eram graves. Depois teve alta e foi para casa de baixa médica. Pouco mais de um mês depois, a jovem suicidou-se com um tiro na cabeça.

Este ano, Sabrina foi a primeira a fazê-lo, mas esta é uma realidade que tem vindo a acompanhar a GNR.

No ano passado, sete militares da Guarda, segundo dados da própria instituição concedidos ao Notícias ao Minuto, tiraram a própria vida.

“O contacto com o cidadão é uma problemática”, começa por dizer ao Notícias ao Minuto José Alho, da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda, explicando que os militares estão “muito expostos” ao cidadão e, por isso, os números das agressões a estes profissionais não o surpreendem.

De acordo com a GNR foram 45 os militares que, no ano passado, foram alvo de agressões físicas durante o exercício das suas funções.

“É muito difícil estar num posto territorial”, diz José Alho, assegurando que os militares estão sob uma “forte pressão”.

Ainda assim, salienta a instituição militar, houve um decréscimo de 73%, uma vez que no mesmo período deste ano o número de militares agredidos caiu para quatro.

Se não fosse o papel das associações, que conversam e encaminham os militares com problemas, e também o papel do gabinete de psicologia da GNR não tenho dúvidas de que a taxa de suicídio seria muito mais elevada”Quanto ao papel dos “comandos diretos”, José Alho tece algumas críticas dizendo que “parece que levam estas situações de ânimo leve e não conseguem descobrir atempadamente que aquela pessoa não está a fazer bluff”.

Mas o desespero não é única e exclusivamente dos militares da GNR. Os familiares também sofrem. José Alho conta ao Notícias ao Minuto que são vários os familiares de profissionais da Guarda que lhe ligam a pedir ajuda.

Quase todos os dias ligam-me familiares em desespero devido às condições em que está o guarda. A verdade é que é muito fácil para os militares da GNR matarem-se, pois têm uma arma com eles”

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