“Somos profundamente prejudicados quando se olha para as tarifas, temos enormes constrangimentos quando no que se refere às tarifas do gás, resíduos, água”, afirmou o autarca social-democrata na inauguração de um novo complexo de gás natural, em que esteve presente o secretário de Estado adjunto da Energia.
O autarca reclamou medidas de solidariedade para com regiões como o distrito de Bragança, nas tarifas, mas também que o projecto do “pipeline” (gasoduto) de gás natural europeu seja pensado de forma a incluir a região de Trás-os-Montes.
António Branco acredita que esta infra-estrutura poderia contribuir para reduzir a factura energética e atrair investimento.
Outra das ambições do presidente da Câmara é a de que “o programa de eficiência energética garanta financiamento para a substituição das frotas dos municípios” por veículos motivos com este combustível (gás natural), com uma poupança apontada de 50% nos custos.
Mais tarde em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado Artur Trindade respondeu apenas que “aquilo que é preciso fazer é estender o acesso ao gás natural por mais zonas desta região”.
“E foi isso que também o Governo anunciou aqui que vai aprovar a expansão da rede para mais 26 polos”, declarou.
O governante não soube especificar qual a taxa de cobertura de gás natural em Portugal, afirmando que “andará nos 50%”, e disse que esta energia já chega a “1,1 milhão de consumidores domésticos”.
O secretário de Estado inaugurou hoje, em Urjais, no concelho de Mirandela, o Complexo de Gás Natural da Goldenergy, que oferecerá o primeiro posto de abastecimento de transportes de longo curso com gás natural líquido.
O complexo, resultado de um investimento de 4,8 milhões de euros, co-financiado pela União Europeia, foi instalado nesta zona, segundo o presidente da empresa, Nuno Afonso Moreira, devido à conjugação de interesses com a empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste.
A frota de camiões para recolha do lixo nos 13 concelhos do Nordeste Transmontano passa a ser abastecida a gás natural comprimido, outro oferta do novo complexo que vai também abastecer a zona industrial do Cachão e clientes domésticos com pequenos depósitos que queiram substituir outras energias por estas.
O local, junto ao aterro sanitário da região, é de difícil acesso. Ainda assim, o presidente da Golenergy adiantou que um projexto europeu em que a empresa está envolvida “garante um consumo mínimo de gás natural para frotas de transportes de longo curso”.
“A vantagem económica é tão grande que o farão”, defendeu.
A empresa sediada no norte de Portugal, com capitais 100% portugueses, tem prevista a instalação de complexos idênticos a este em Lisboa, Porto e mais dois ao longo da fronteira com Espanha.