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Pais defendem que poupança nos contratos seja investida no público

A Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (Ferlap) defendeu hoje que o dinheiro poupado com a redução de turmas com contratos de associação nos privados seja investido na escola pública, "que bem precisada está".

Pais defendem que poupança nos contratos seja investida no público
Notícias ao Minuto

12:04 - 16/06/16 por Lusa

País Colégios

A Ferlap é uma das promotoras da manifestação que se realiza no sábado à tarde em Lisboa em defesa da Escola Pública, uma iniciativa que surgiu depois de o Ministério da Educação (ME) ter decidido rever os contratos de associação celebrados com os privados e ter anunciado a redução de financiamento por existir oferta pública de qualidade na zona.

Sublinhando que nada tem contra os estabelecimentos de ensino particulares nem contra os contratos de associação, a Ferlap defende que a aposta deve ser feita na Escola Pública, a única que pode garantir "uma escola de qualidade, universal e gratuita" e que "as verbas poupadas com o fim dos Contratos de Associação, desnecessários, sejam investidas na beneficiação da Escola Pública, que bem precisada está de investimento em meios humanos e materiais".

Para aqueles encarregados de educação, ainda existem muitas escolas "sem as condições necessárias para que as aulas sejam ministradas com o mínimo de qualidade", ainda há escolas com turmas enormes, com poucos professores e funcionários, onde faltam técnicos ou, quando existem, "são manifestamente insuficientes para o número de alunos".

Os casos de indisciplina e violência também são apontados pelos pais, que sublinham que "na sua grande maioria são residuais", assim como o fenómeno do insucesso e abandono escolar, "que está a ser combatido com sucesso em algumas Escolas Públicas".

Apesar dos problemas, acreditam que a melhor opção é sempre a Escola Pública, por ser a que garante igualdade.

"Sabemos que esta igualdade no acesso, não significa, na prática, igualdade de oportunidades para o bom desempenho escolar, ainda há muito trabalho a ser feito nesse sentido. No entanto, sabemos ser este o caminho a seguir para um Portugal mais desenvolvido", defendem em comunicado enviado para a Lusa.

O dinheiro poupado com a redução de turmas deve ser investido na Escola Pública, mas esta mudança deve ser feita com cuidado: "A redução de turmas deve ser aplicada de forma conscienciosa e segundo critérios rigorosos que impeçam que seja cometido qualquer tipo de erro que promova a injustiça ou que provoque a sobrelotação das Escolas Públicas ou ainda que impeça ou atrase as obras previstas para as Escolas Públicas a receber as turmas dos anteriores Contratos de Associação".

Os contratos de associação surgiram no início da década de 80 para dar resposta a situações de insuficiência ou inexistência da rede pública no ensino básico e secundário.

Com base num estudo da rede de escolas, o ME determinou uma redução de 57% de turmas de início de ciclo a financiar nos colégios para o próximo ano letivo: de 656 em 2015-2016 para 273 em 2016-2017, o que representa uma poupança de quase 31 milhões de euros para o Estado, segundo dados oficiais.

A Associação do Ensino Particular e Cooperativo afirmou hoje que o diferendo com o Governo sobre os contratos de associação está longe de ter terminado, garantindo que o processo seguirá a via jurídica, na ausência de solução política.

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