Desde sexta-feira que as festas de Santo António na pequena localidade de Ribeira de Carpinteiros, freguesia de Almalaguês, têm sido alvo de confrontos iniciados por um grupo de cinco homens que moravam na povoação há cerca de sete meses, contou à Lusa um dos moradores que optou por não ser identificado.

Na sexta-feira um residente foi agredido pelo grupo e teve de receber assistência médica, no sábado, durante o arraial, os indivíduos terão ameaçado a população de que com enxadas e ferros "partiam tudo" e, no domingo, voltaram as ameaças, com um dos homens a surgir com uma faca e outros a ameaçarem que iam "atropelar toda a gente" que estava no largo da festa, junto à capela da aldeia, referiu o residente.

Segundo a população, nos três dias, a GNR e a polícia de intervenção foram chamadas ao local.

Na sequência dos desacatos de domingo, "três indivíduos foram identificados", disse à Lusa fonte da GNR de Coimbra, escusando-se a prestar mais esclarecimentos.

De acordo com vários residentes, aquando da chegada da polícia no domingo os homens terão ameaçado que iam "matar toda a gente", dirigindo as ameaças também às autoridades que estavam no local.

Face ao clima de medo e insegurança, cerca de 40 pessoas da localidade deslocaram-se na noite de domingo à GNR de Coimbra, onde pretendiam apresentar queixa e mostrar a sua "indignação" por "as autoridades não fazerem nada".

A população sente-se "frustrada" e "impotente" perante a situação, referiu um outro morador.

O grupo "criou um mal-estar nesta aldeia pacata", realçou o presidente da junta de Almalaguês, António Coelho, também presente na concentração na GNR, referindo que o grupo de indivíduos já teria cometido alguns furtos na localidade.

O autarca, que se juntou aos residentes que foram apresentar a situação à GNR, afirmou que as autoridades "não garantiram nada, alegando falta de meios".

Os indivíduos "prometeram vingança" e a população tem agora "receio de sair à rua", realçou.

A festa que ia continuar durante o final da tarde e início de noite de domingo foi cancelada, bem como a missa e sardinhada marcada para hoje, o último dia do evento.

"Eu deixei de fazer caminhadas à noite por causa deles", apontou uma das moradoras.

"O meu medo é que isto esteja a começar e não a terminar. Eles podem tornar-se mais vingativos", disse à Lusa outra residente, temendo pela sua segurança e pela dos filhos.

A queixa vai ser apresentada na manhã de hoje e a população espera ainda que a sardinhada possa acontecer, caso haja uma patrulha da GNR no local.