"A nossa capacidade para fazer uma obra desta envergadura existe, mas é preciso dar um conjunto de passos", como efetuar projetos, estudos e a adjudicação, "o que nos leva dizer que o Metropolitano de Lisboa só consegue fazê-lo a partir do verão de 2017", afirmou Tiago Farias.
O responsável, que estava a ser ouvido pela comissão de Mobilidade e Segurança na Assembleia Municipal de Lisboa, acrescentou que a intervenção "duraria cerca de 16/18 meses", período durante o qual "a estação teria de ser encerrada".
"É uma obra que não permite a coexistência com passageiros", justificou Tiago Farias.
Apesar do "empenho" da empresa para avançar, o gestor ressalvou que a "decisão ainda não foi tomada", estando em curso negociações com a Câmara e as Juntas de Freguesia de Arroios e da Penha de França.
"Para estar previsto arrancar, temos de perceber se estamos todos e acordo, mas acho que é incontornável que se faça, para o bem da cidade", considerou.
De acordo com Tiago Farias, a intervenção na estação terá de estar articulada com a intervenção que a Câmara de Lisboa quer fazer na Praça do Chile ao abrigo do projeto "Uma praça em cada bairro", visando melhorar a circulação viária e revitalizar o espaço público.
Esta última só será feita no final da obra do Metro.
O Metropolitano de Lisboa tem quatro linhas, divididas por cores, sendo que só a linha verde (que liga o interface do Cais do Sodré a Telheiras) não recebe comboios com seis carruagens por algumas estações serem pequenas.
Além de estar em causa o alargamento da estação de Arroios para poder receber as seis composições em vez de três, "a obra também se justifica porque a estação não tem um conjunto de soluções que fazem parte da mobilidade mais sustentável e acessível", como elevadores e outros acessos.
De fora está a "solução radical" de fechar a estação às horas de ponta para receber comboios maiores. "Não é razoável", defendeu Tiago Farias.
A ser equacionadas estão opções como ter composições a circular em que só as primeiras portas abrem nas estações de menores dimensões.
Também na linha verde, situa-se a estação do Areeiro, onde há vários anos está suspensa a obra de remodelação do átrio norte, após terem havido trabalhos no átrio sul.
Aqui, o "processo é menos complicado", já que a obra não obrigará ao fecho da estação, devendo estar concluída "no primeiro trimestre" do próximo ano.
Intervindo na sessão, o deputado do PS João Valente Pires perguntou "se não existem uns baldes de tinta ou umas lâmpadas para tornar" estações como Arroios, Anjos e Intendente "minimamente decentes".
A comunista Ana Páscoa apontou que os intervalos de passagem de comboios "chegam a ser de 20 minutos", enquanto a deputada do movimento independente (eleito pelo PS) Cidadãos por Lisboa perguntou "para quando o alargamento dos horários" de funcionamento.
Já Margarida Saavedra, PSD, salientou que, nalgumas estações, haver escadas rolantes ou elevadores a funcionar "é um milagre".
Em resposta, Tiago Farias adiantou estar em curso uma aposta nos recursos humanos para "assegurar melhor oferta do que existe, no horário que existe".
Sobre a acessibilidade, revelou que serão feitas "reparações muito profundas" nas escadas rolantes de estações como o Rato e a Baixa-Chiado.