A 3 de maio de 2007, Madeline McCann dormia junto dos seus irmãos gémeos no complexo turístico Ocean Club, na Praia da Luz, Algarve. Enquanto isso os seus progenitores jantavam com amigos, nunca imaginando o que estaria para acontecer.

Maddie, na altura com três anos, desapareceu nessa mesma noite. Foi o desaparecimento mais polémico em Portugal, talvez por envolver autoridades britânicas e pelos apelos dos pais a várias entidades a nível internacional.

Desde então, a polícia tem-se mostrado incansável para perceber os contornos deste desaparecimento. Uma investigação que até junho de 2015 tinha custado à Scotland Yard – destacada para procurar Maddie – no âmbito da Operação Granje quase 13 milhões de euros.

Foram questionadas mais de 60 pessoas, considerados 650 suspeitos de ofensas sexuais e analisados mais de 8.685 relatos de avistamentos de Maddie em todo o mundo.

O número de agentes envolvidos no caso foi sendo reduzido: de 29 já só existem quatro.

E apesar de as várias teorias que foram sendo noticiadas ao longo destes nove anos, a pequena nunca foi encontrada. Desde suspeitas de rapto por uma rede internacional de crimes relacionados com pedofilia, à hipótese de ter começado a vaguear sozinha, de ter sido alvo de traficantes de crianças ou de ter sido raptada durante um assalto, nenhuma das teses foi confirmada.

Ainda recentemente a polícia recebeu 120 mil euros para conseguir sustentar a investigação por mais uns meses.

Muitas foram as tentativas de descobrir o paradeiro da menina, os pais – nunca acusados formalmente mas que chegaram a ser suspeitos das autoridades portuguesas – contrataram um artista para desenhar uma projeção do rosto de Madeleine atualmente, por temerem que as pessoas já não a reconheçam.

Para assinalar estes nove anos, Kate, a mãe, veio até a Portugal “recordar os momentos felizes que viveu com Maddie”. Em segredo, “vagueou pelas ruas à procura de respostas”.

Nunca desistiu de encontrar a filha, e tanto que ela como o seu marido, Gerry, mantêm a sua memória muito viva com uma associação que criaram em Inglaterra com o nome de 'Madeleine's Fund: Leaving No Stone Unturned' para ajudar a família nos custos que têm vindo a suportar.

Recentemente, o casal britânico recebeu uma má notícia depois de o ex-inspetor da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral ter sido autorizado a continuar a divulgar o seu livro com o nome de 'Maddie: A Verdade da Mentira' que aponta os pais como suspeitos.

Daqui a um mês, Maddie completaria 13 anos. E a verdade é que continua tão perto de ser encontrada como há nove anos, um desconsolo para os progenitores que continuam a guardar o quarto da menina como se ela de lá nunca tivesse saído.

Nunca chegaram a fazer o luto. A incerteza paira sob a família McCann, hoje, amanhã e talvez para sempre.