Madeireiro acusado de atear incêndios julgado esta semana
O Tribunal de Coimbra começar a julgar na quinta-feira um madeireiro de 49 anos acusado de ser autor de três incêndios em Penacova, um dos quais consumiu uma área de 130 hectares em agosto de 2015.
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País Penacova
O madeireiro é acusado de três crimes de incêndio florestal, um dos quais chegou a ter três frentes ativas, consumindo cerca de 130 hectares de área florestal, entre 10 e 12 de agosto - dia em que o fogo foi declarado extinto.
Esse incêndio mobilizou 38 corporações de bombeiros de todo o país, num total de 231 homens e 74 meios de apoio terrestre e aéreo.
O madeireiro foi detido a 10 de agosto no concelho de Penacova, distrito de Coimbra, por populares, em flagrante delito, e posteriormente pela Polícia Judiciária.
"O arguido agiu sempre com o intuito de atear fogo à floresta, o que conseguiu, para, posteriormente, adquirir a madeira consumida pelo fogo junto dos respetivos proprietários a um preço substancialmente mais baixo do que o valor de mercado detido antes do incêndio", refere a acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso.
O incêndio mais grave chegou a obrigar ao corte do IC6 nos dois sentidos, destruiu parte do traçado da rede elétrica nacional e "colocou em sério perigo as populações residentes nas imediações" da mancha florestal ardida, "levando mesmo à evacuação de algumas aldeias", afirma o MP.
Segundo o MP, o incêndio terá implicado um prejuízo direto de 152 mil euros.
"O arguido sabia que com a sua conduta e tendo em consideração as condições climatéricas e geográficas existentes" (temperaturas elevada e humidade próxima dos 0%) colocaria em risco "a extensa mancha florestal" nos lugares de Lavradio e Alto da Serra, no concelho de Penacova, bem como "a vida e integridade física de pessoas e habitações contíguas".
De acordo com o despacho de acusação, o arguido também provocou um incêndio a 08 de agosto, que mobilizou 78 bombeiros, 18 meios de apoio terrestre e dois meios de apoio aéreo.
Contudo, o incêndio "ateado na véspera não atingiu a dimensão desejada pelo arguido [arderam 2.100 metros quadrados]" e este terá voltado a dirigir-se à mancha florestal no lugar de Lavradio no dia seguinte e voltou a criar um incêndio, que também não ganhou grandes proporções.
A 10 de agosto, com o alegado objetivo de criar um incêndio de grandes dimensões, o arguido "formulou o propósito de atear diversos, em locais distintos", tendo-se deslocado num veículo para atear fogos em diferentes sítios.
Após ter ateado alguns focos de incêndio, o arguido ainda terá abordado um homem que ligava para os bombeiros, dizendo-lhe que o fogo era noutro local, pretendendo que este desse informação errada aos agentes de combate a incêndios, sublinha o MP.
O arguido encontra-se em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Aveiro.
O julgamento começa na quinta-feira às 09:30.
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