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Ucranianos em Portugal pedem ajuda à Europa para travar ação russa

O hino da Ucrânia entoou-se hoje no Terreiro do Paço, em Lisboa, para pedir o apoio da Europa contra a intervenção militar russa no território e a anexação da Crimeia, em 2014.

Ucranianos em Portugal pedem ajuda à Europa para travar ação russa
Notícias ao Minuto

15:29 - 28/02/16 por Lusa

País Crimeia

Cerca de uma centena de ucranianos residentes em Portugal assinalaram com uma marcha lenta, até ao largo Camões, os dois anos de luta contra "a ocupação russa" daquela península, numa iniciativa que se replicou em várias capitais europeias.

"Dois anos de agressão contra a Crimeia", lia-se nos cartazes empunhados pelos manifestantes, entre os quais se encontrava um refugiado daquela região chegado há um ano a Portugal.

Alex, 36 anos, fugiu com a mulher e as duas filhas da perseguição de que estavam a ser alvo na Crimeia. Era jurista na Câmara Municipal de Ialta.

"Deixamos casa, trabalho, tudo", contou à agência Lusa, enquanto empunhava a bandeira da Crimeia.

Não pode voltar a casa enquanto a situação não mudar naquele território, onde os cidadãos pró Ucrânia são perseguidos e ameaçados: "Deixam cartas no correio e fazem ameaças até as pessoas abandonarem as casas", disse.

Fotografias da destruição provocada pelos ataques, imagens de combatentes enviadas por um batalhão do exército ucraniano que enfrenta os separatistas no leste e de famílias no território ilustraram a manifestação, na qual estiveram sempre presentes três bandeiras: a da Ucrânia, a da Crimeia e a que simboliza a luta histórica dos voluntários pela independência do país.

"Começou a guerra quando a Rússia começou por anexar a Crimeia e depois também ajudou movimentos separatistas. Desde aí, já morreram mais de 10.000 ucranianos, um milhão e meio estão refugiados", disse à Lusa o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha.

"Aquela zona do leste da Ucrânia está completamente destruída", relatou, pedindo o apoio da Europa para ajudar a "parar a agressão russa".

Pavlo perdeu amigos no conflito. "Quase todas as famílias já sentiram as dores desta guerra", assegurou.

"Desde o início da revolução, no centro de Kiev, temos feito muitas ações e sentido o apoio dos portugueses", garantiu, acrescentando que entre recolha de bens e donativos já foi possível enviar mais de 60.000 euros para as vítimas do conflito e os defensores da integridade do território ucraniano.

A comunidade ucraniana em Portugal é composta por cerca de 40.000 pessoas com autorização de residência no país e 10.000 a 15.000 que já têm nacionalidade portuguesa, indicou.

A embaixadora da Ucrânia em Portugal, Ohnivets Inna, participou na manifestação, sublinhando a necessidade de apoio. "Parte do nosso território está sob ocupação pela Federação Russa", declarou.

"Queremos recuperar a integridade territorial do nosso Estado, os ucranianos que vivem em Portugal são muito ativos e sentem o apoio da população na defesa da nossa terra natal", frisou.

O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ordenou na sexta-feira o reforço da defesa nacional ao longo da costa do mar Negro, face a uma potencial ameaça da Rússia, que nos últimos meses reforçou a presença militar na península da Crimeia.

"A Ucrânia acima de tudo" e "Putin é Terrorista" foram alguns dos gritos hoje ouvidos pelas ruas da baixa lisboeta, entrecortados por cânticos ucranianos e apelos para uma intervenção europeia que assegure a paz no território.

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