"Existe um projeto [apresentado pelo Metro] para a realização da ampliação da estação de Arroios, que está compatibilizada com projetos da Câmara, mas não temos data de quando vai ser feito este investimento", disse Manuel Salgado, que falava na reunião pública da autarquia, nos Paços do Concelho
O responsável respondia a perguntas do comunista João Ferreira, que questionou a autarquia sobre o "previsto encerramento da estação de Metro de Arroios às horas de ponta".
"Tivemos conhecimento de que, para permitir a circulação de composições com seis carruagens na linha verde [...], a estação de Arroios iria encerrar duas vezes por dia", por ser a única desta linha que não o permite, afirmou o autarca do PCP.
Salientando ter recebido a informação com "alguma surpresa", João Ferreira qualificou esta possibilidade de encerramento como uma "opção errada e perigosa, que rapidamente deve ser travada e invertida".
"Errada e perigosa desde logo do ponto de vista operacional, porque é uma medida de difícil execução" e porque "representaria uma degradação das condições de segurança na circulação", justificou.
O comunista reconheceu que deve haver um fecho da estação de Arroios, mas que "deve ser temporário e apenas para ser feito o que não foi no anterior Governo", ou seja, para "intervir no cais de embarque de forma a permitir a circulação das seis carruagens".
João Ferreira apontou ainda a sobrelotação das carruagens em várias horas do dia. "Mas não resolvemos o problema criando outros", alertou.
Em resposta, Manuel Salgado recordou que, "infelizmente, durante os últimos quatro anos, as relações do município com o Metropolitano [detido pela Transportes de Lisboa, juntamente com a rodoviária Carris] foram particularmente difíceis".
Como exemplo, assinalou que não foi concluída a obra do Metro no Areeiro, onde terá de ser a Câmara a finalizar o acesso ao átrio norte daquela estação, com acesso para à Praça Francisco Sá Carneiro e à Avenida Almirante Gago Coutinho.
Manuel Salgado assinalou também que ainda foi instalado qualquer elevador na estação do Colégio Militar nem da Baixa-Chiado, situações que, a seu ver, são "penalizadoras para os utentes".
É também à Transportes de Lisboa que cabe realizar as obras de ampliação da estação de Arroios, de acordo com o vereador do Urbanismo.
O responsável disse concordar com João Ferreira ao ver como "admissível" que haja um encerramento "pontual" na estação de Arroios para que o espaço possa ser ampliado.
"Vamos ter em breve reuniões com a Transportes de Lisboa para resolver estas questões", adiantou.
No encontro, o PCP abordou também a tentativa de venda da sede da CP -- Comboios de Portugal, no Rossio, por 20 milhões de euros.
Manuel Salgado respondeu que a autarquia foi contactada "por várias equipas de arquitetos que representavam potenciais interessados na compra do edifício", já que poderá estar em causa uma alteração de usos face ao que consta do Plano Diretor Municipal.
O responsável adiantou que "o percurso [troço] até ao Chiado será obrigatoriamente mantido, qualquer que seja o uso futuro" deste espaço.
