Paulo Gomes alegou que "a decisão de primeira instância era a decisão correta".
"Vamos continuar a bater-nos por ela", para tentar "provar que Afonso Dias [o arguido] não tem nada a ver com isto", acrescentou.
Mas para o advogado Ricardo Sá Fernandes, "fez-se finalmente justiça".
"Saio daqui muito feliz", acrescentou logo após consultar o acórdão que alterou a decisão do tribunal de Lousada.
"Hoje, o que temos aqui, no preciso dia que faz 15 anos que o Rui Pedro desapareceu, é uma boa notícia para esta família", considerou. Ricardo Sá Fernandes referia-se a Filomena Teixeira e Manuel Mendonça, pais de Rui Pedro.
O advogado disse que "o acórdão da Relação do Porto "veio alterar a matéria de facto dada como provada pela primeira instância e veio efectivamente reconhecer que aquele miúdo, que esteve com Alcina Dias naquela tarde, foi o Rui Pedro e quem o lá levou foi o Afonso Dias".
Alcina Dias é uma prostituta que terá estado com Rui Pedro na tarde em que este desapareceu, e a família do então menor defendeu sempre que foi Afonso Dias que o levou até ela, juntamente com um primo.
"Este acórdão tem um voto de vencido, o presidente da secção, que entendia que o crime em causa não seria um crime de rapto mas um crime de abuso sexual de crianças", adiantou Ricardo Sá Fernandes.
Para este advogado, a decisão da Relação demonstra que "nós nunca temos o direito de baixar os braços, e temos sempre de lutar até ao fim, porque um dia, uma vez, num tribunal, por um juiz, numa ocasião, se faz justiça".
"Para mim, para a Filomena e para o Manuel, é um dia muito importante. É sobretudo importante porque o Rui Pedro pode estar vivo e nós vamos continuar à procura dele", reforçou.
Ricardo Sá Fernandes afirmou, ainda, esperar "que Afonso Dias tenha um momento de cidadania e de humanidade", referindo acreditar que o arguido "não teve nada a ver com aquilo que se passou depois da ida à prostituta", e que, por isso, possa "contar aquilo que se passou".
"E se ele estiver vivo, pode ajudar-nos a chegar ao Rui Pedro", completou.