De acordo com a mesma fonte, a Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande irá receber duas pessoas e a Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão, no concelho de Alcobaça, receberá três.
A secretária de Estado, Catarina Marcelino, presente num encontro promovido pelo Speak, em Leiria, na segunda-feira, referiu que, nesta fase, as famílias com o estatuto de refugiadas estão a ser acolhidas, sobretudo, por misericórdias, pois estas instituições "têm um pacote integrado para oferecer: creche, alojamento e podem criar emprego nas suas valências".
Em nota de imprensa, a Câmara da Marinha Grande lamentou hoje ter tido conhecimento da chegada dos refugiados ao seu concelho pela comunicação social.
"Até ontem [segunda-feira] à tarde, a Câmara Municipal da Marinha Grande não teve qualquer participação nesta matéria, não tendo sido previamente informada de qualquer movimentação dentro do seu território com vista ao acolhimento de refugiados", lê-se em comunicado.
A autarquia acrescenta que foi "por demanda da própria câmara que se conseguiu apurar que, efetivamente, a Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande se tinha disponibilizado para o acolhimento a refugiados e que será esta instituição a responsável pelos dois cidadãos sírios que chegarão à Marinha Grande nos próximos dias".
Segundo o comunicado, só ao final da tarde o presidente da Câmara foi contactado pelo gabinete do ministro-adjunto do primeiro-ministro a "dar conhecimento institucional destes factos".
"O acolhimento aos refugiados exige um plano de intervenção e acompanhamento social que não pode passar à margem das instituições públicas, sendo de lamentar que, no caso, tal tenha acontecido", acrescenta o município, que já manifestou "inteira disponibilidade" ao provedor da Misericórdia da Marinha Grande "para colaborar no que estiver ao seu alcance para o melhor acolhimento e integração social destes cidadãos".
O primeiro grupo de refugiados, composto por 24 pessoas, chega a Lisboa na quinta-feira, anunciou na segunda-feira o Ministério da Administração Interna (MAI).
Em comunicado, o MAI adiantou que os 24 refugiados são da Eritreia, Sudão, Iraque, Síria e Tunísia e têm estado provisoriamente a aguardar recolocação em centros de acolhimento da Grécia e de Itália.
Os 24 refugiados fazem parte dos cerca de 4.500 que Portugal vai receber nos próximos dois anos ao abrigo do Programa de Relocalização de Refugiados na União Europeia.
Estão envolvidas no processo de acolhimento a Câmara Municipal de Lisboa, Conselho Português para os Refugiados, Alto Comissariado para as Migrações, Plataforma de Apoio aos Refugiados, Cruz Vermelha Portuguesa, União das Misericórdias Portuguesas, Serviço Jesuíta aos Refugiados e Fundação Islâmica de Lisboa.
Os 24 refugiados chegam na quinta-feira via aeroportos de Roma e Atenas.