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Trezentas pessoas em Lisboa marcham pela justiça climática

Cerca de 300 pessoas concentraram-se hoje na rotunda do Marquês de Pombal, em Lisboa, para participar na Marcha pela Justiça Climática, uma iniciativa em curso em várias cidades de todo o mundo, entre as quais Porto e Faro.

Trezentas pessoas em Lisboa marcham pela justiça climática
Notícias ao Minuto

17:22 - 12/12/15 por Lusa

País Clima

No último dia da cimeira sobre o clima em Paris (COP21), e considerando insuficientes as medidas previstas no acordo alcançado, os manifestantes desceram a avenida da Liberdade repetindo palavras de ordem como "Negociar o quê? Não há planeta B!", "Que paguem os de cima: Justiça no Clima!" e "Deixem o petróleo debaixo do solo".

Entre os manifestantes, viam-se faixas de partidos políticos como o Bloco de Esquerda ("Muda o Sistema, Não o Clima") e o PAN, e de cartazes com girassóis de Os Verdes apelando para "Mais educação para o ambiente, menos CO2" e "Mais elétricos", "Mais comboios", "Mais ciclovias", "Mais energia solar" e, sempre, menos CO2.

O presidente da comissão parlamentar de Ambiente, o bloquista Pedro Soares, defendeu que "não é com ambiguidade que se pode combater as alterações climáticas, e o acordo da COP21 de Paris é um acordo ambíguo, que não responde às necessidades da luta contra as alterações climáticas".

"No mundo, há regiões que sofrem já com o aumento da temperatura global, e são precisas três medidas fundamentais -- e que sejam juridicamente vinculativas: uma é a mitigação, é preciso diminuir drasticamente a emissão dos gases com efeito de estufa e, para isso, é preciso descarbonizar a nossa economia, é preciso utilizar muito menos os combustíveis de origem fóssil e passar a utilizar muito mais a energia de origem renovável", sustentou.

"É preciso financiamento, porque esta alteração implica financiamento, sobretudo dos países mais ricos, que são os principais responsáveis pelas alterações que neste momento nós estamos já a viver, para os países com mais dificuldades, menos desenvolvidos", prosseguiu.

Em terceiro lugar, concluiu, "é necessária transparência: é necessário que haja meios para monitorizar e para controlar de facto as medidas que os países dizem que se vão comprometer a pôr em prática".

A dirigente do Partido Ecologista Verdes (PEV), Heloísa Apolónia, disse à Lusa que este protesto, também realizado em países como França, Alemanha, Austrália e Nepal, entre outros, se enquadra na "luta que é necessária, de envolvimento de todos os povos do mundo, no sentido de exigir dos governos e dos chefes de Estado, de todos aqueles que têm a responsabilidade de governar, medidas concretas para combater o fenómeno das alterações climáticas".

"Toda a gente sabe que as causas antropogénicas das alterações climáticas são evidentes, já têm consequências concretas no mundo (...), e todos temos responsabilidade de criar sustentabilidade no nosso modo de vida coletivo e individual, no sentido de criar um planeta melhor para esta geração e para as próximas", defendeu.

Heloísa Apolónia deixou, por isso, um apelo aos chefes de Governo reunidos em Paris: "Aquilo que nós pedimos é que não se adiem mais metas, que não se adie a necessária ação para lá da segunda metade do século XXI", sob pena de haver um aumento da temperatura superior a dois graus Celsius.

"São necessárias medidas já, e é já que nós precisamos de começar a mitigar e a adaptar-nos ao fenómeno das alterações climáticas", frisou, acrescentando que "o problema é que, de cimeira em cimeira, aquilo que se verifica é que há uma vontade grande de muitos chefes de Governo com responsabilidade nas emissões de gases com efeito de estufa de estar permanentemente a adiar a solução para o problema".

Além de cartazes com reivindicações e árvores recortadas em cartão de associações e movimentos diversos, via-se também um homem equilibrando acima da cabeça dois enormes ramos de árvore, e também outro com a bicicleta pela mão e um letreiro nas costas onde se lia "Eu faço a minha parte".

Durante duas semanas, em Paris, estiveram reunidos representantes de 195 países e da União Europeia para chegar a um acordo que reduza as emissões de gases com efeito de estufa, para reduzir o aumento da temperatura do planeta e evitar fenómenos extremos, como ondas de calor, secas, cheias e subida do nível do mar.

O encerramento da conferência estava previsto para sexta-feira, mas foi necessário prolongar as negociações para hoje, já que não havia ainda consenso quanto à formulação final do texto do acordo.

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