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Suspeito de matar mulher diz que não se lembra de nada

O homem acusado de ter matado uma mulher, em março, na Marinha Grande, com cerca de 300 golpes de navalha afirmou hoje ao Tribunal Judicial de Leiria que não se lembra do que se passou.

Suspeito de matar mulher diz que não se lembra de nada
Notícias ao Minuto

19:10 - 16/11/15 por Lusa

País Marinha Grande

Na primeira sessão de julgamento, que se iniciou com cerca de duas horas de atraso, o arguido, que se encontra detido preventivamente, adiantou ao coletivo de juízes que não se recorda de ter esfaqueado a vítima, mas admitiu ter sido o autor.

Confirmando que, em março de 2015, pagou para ter um encontro sexual com uma rapariga, o arguido adiantou que depois "ela pediu mais dinheiro", o que recusou.

"Ela [vítima] começou a insistir, tirou-me a chave do carro e puxou da navalha, fazendo-me uns cortes no pulso", contou.

O que se passou a seguir, o arguido não soube explicar. "A partir daqui não sei precisar bem o que se passou. Perdi o nexo. Fiquei cego devido às minhas incapacidades, digo eu agora a raciocinar", afirmou.

O juiz presidente citou o relatório do Instituto de Medicina Legal, que refere que foram provocados 256 ferimentos na vítima. "Não me lembro de nada [facadas] e pergunto como fui capaz de fazer isto. Não tem explicação, não faz parte do meu ser", disse o arguido.

Confrontado pelo Procurador da República do Ministério Público (MP) sobre o facto de se lembrar de tudo o que aconteceu até agarrar a perna da vítima e "depois não se lembrar de mais nada", o suspeito admitiu ter "feito coisas más".

"Eu não me lembro, mas deduzo. Não foi mais ninguém que fez aquilo, fui eu", disse o arguido em resposta à advogada da vítima.

O advogado de defesa questionou o arguido sobre a acusação do MP, onde está escrito que o suspeito "teve prazer em matá-la e em causar sofrimento" e que "se sentiu sexualmente excitado", mas o homem negou a acusação.

"Claro que não. Tenho vergonha do que fiz", respondeu.

Um dos agentes da PSP que esteve presente na noite do alegado crime afirmou ao tribunal que o arguido estava "um pouco perturbado" e "embriagado", mas "com um discurso coerente e lúcido".

Segundo o despacho de acusação, o arguido, empregado fabril de 41 anos, contactou a 01 de março a vítima com a qual acordou ter relações sexuais mediante a entrega de 20 euros.

Cerca das 02:30 do dia seguinte, após os contactos sexuais, a vítima "pediu mais dinheiro" ao arguido, que recusou, pelo que "iniciaram uma discussão" na sequência da qual a mulher empunhou uma navalha, retirou a carteira, com documentos e dinheiro, ao arguido e saiu do veículo.

O MP adianta que o arguido seguiu atrás da mulher e, depois de retirar a navalha, desferiu-lhe mais de 300 golpes que a atingiram na cabeça e na face, no pescoço e nas mãos.

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