Portos: Governo perdeu "oportunidade incrível" de resolver terminal de Alcântara
Um dos porta-vozes do movimento ‘Mais Contentores Não!’, Miguel Sousa Tavares, considerou esta sexta-feira que o Governo perdeu uma “oportunidade incrível” de resolver a questão dos contentores em Alcântara (Lisboa) e criticou a reestruturação do Porto de Lisboa hoje apresentada.
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País Reação
“É a continuação de uma aposta errada. Dessa forma, os contentores vão ficar no centro da cidade e os passageiros na periferia”, disse o também jornalista à Lusa.
O movimento 'Mais Contentores Não!' surgiu de um grupo de cidadãos que contestavam o alargamento do terminal de contentores de Alcântara, obra projectada pelo anterior Governo do PS e entretanto suspensa.
Miguel Sousa Tavares falava na sequência do anúncio do Governo de que vai prosseguir com o terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, desactivar a actividade portuária daquela zona até ao Trancão e manter as mercadorias em Alcântara.
O plano de reestruturação do Porto de Lisboa, que abrange também municípios da margem sul do Tejo, prevê ainda a concessão do terminal de cruzeiros na capital, um novo terminal de contentores na Trafaria (Almada) e uma nova marina na margem norte do rio Tejo.
“O Governo perdeu uma oportunidade incrível de resolver a questão de Alcântara. E receio que, com a transferência [de contentores] de Santa Apolónia para a Trafaria, o Governo se esteja a preparar para sobrecarregar Alcântara”, afirmou o porta-voz do movimento.
“Tenho muito medo que a aposta seja essa”, acrescentou.
O projecto do Governo estima um investimento de cerca de mil milhões de euros, 80% dos quais de privados, e pretende também reformular toda a zona ribeirinha da Grande Lisboa, fomentar o emprego e a economia, tornando as exportações portuguesas mais competitivas, de acordo com o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.
O plano obrigará à construção de uma nova via-férrea para escoamento de mercadorias até ao Poceirão, de acordo com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, que assegurou que as arribas serão respeitadas, bem como a golada do Tejo.
Quanto ao futuro do terminal de Alcântara, segundo o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, a discussão só se colocará dentro de alguns anos, porque o contrato com a concessionária Liscont termina apenas em 2020, existindo processos pendentes em tribunal, pelo que não entra neste projecto.
Contactada pela Lusa, a Liscont disse que não iria fazer qualquer comentário sobre o assunto.
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