O presidente da autarquia, Fernando Medina, anunciou hoje que uns terrenos com cerca de 20 hectares, na freguesia de Carnide, irão acolher um parque de lazer, no qual será incluída a Feira Popular de Lisboa.
A Lusa visitou hoje os terrenos, uma zona de descampado onde há algumas hortas, um parque de estacionamento improvisado e um caminho que liga o Bairro Padre Cruz à estação de metropolitano da Pontinha.
Nesse caminho, passaram hoje à tarde dois moradores do bairro que receberam com satisfação a notícia, que, disseram, já era comentada em cafés locais.
"Fiquei satisfeito por ouvir essa notícia [de que a Feira Popular será instalada naquele local], que pode trazer benefícios aqui para o bairro. A zona vai ficar mais valorizada", disse um deles à Lusa.
Na mesma passagem, na direção da Pontinha, passou também Alberto Moreira, professor na escola do Bairro Padre Cruz, que pede que "não acabem com este caminho".
Apesar de ser portuense e não ter conhecido a antiga Feira Popular, na zona de Entrecampos, acha que a Câmara tomou uma boa decisão. "Este espaço que vai ser qualificado e isso é positivo", afirmou.
No sentido contrário seguia Jair Barreto, a caminho do bairro onde vive. A instalação da Feira Popular em Carnide "serve para ocupar este descampado, que não está aqui a fazer nada. É uma boa novidade", considerou.
Duas moradoras do bairro Padre Cruz destacaram as vantagens e desvantagens para as crianças da nova localização da Feira Popular.
"Isto aqui é só hortas, não tem nada de especial para as crianças e assim é uma maneira de elas se divertirem um pouco", disse uma dela.
Já a outra admitiu ter dúvidas. "Não sei se será o melhor sítio, o sítio ideal. Mas só o facto de a Feira Popular regressar já é bom. Mas não sei se este é o sítio mais adequado", afirmou.
A Câmara fez hoje o anúncio, mas não adiantou prazos. De acordo com Fernando Medina, "este não é o momento para determinar e apresentar um calendário", embora o objetivo seja abrir a feira "o mais cedo possível".
Quanto ao investimento da Câmara, este é, "até este momento", de 11,5 milhões de euros, valor que se deve à aquisição de parte dos terrenos onde vai funcionar a feira, já que o restante já era de propriedade municipal, disse Fernando Medina, vincando que o projeto "terá de contar com investimento privado".
Segundo o autarca, a "terceira casa" da Feira Popular será "diferente" da anterior, já que funcionará num "local muito maior" e terá muitos mais espaços verdes.
A Feira Popular foi criada inicialmente para financiar férias de crianças carenciadas e, mais tarde, passou a financiar toda a ação social da Fundação O Século. Antes de Entrecampos, onde encerrou em 2003, a feira funcionou em Palhavã.