"Este não vai ser só um local de divertimento, vai ser um grande parque de lazer com 20 hectares, quatro vezes maior" do que era a feira em Entrecampos, onde deixou de funcionar há mais de dez anos, afirmou o presidente do município lisboeta, Fernando Medina (PS), durante o anúncio que foi acompanhado por um vídeo ilustrativo que pode ver aqui.
O responsável especificou que a nova Feira Popular vai estar na "zona imediatamente contígua à estação de metro da Pontinha", com acessos à Segunda Circular, à CRIL e ao Eixo Norte-Sul.
"É local de excelência para todos", salientou.
Questionado sobre prazos, o responsável indicou que "este não é o momento para determinar e apresentar um calendário", frisando, contudo, que o objetivo é abrir a feira "o mais cedo possível".
"Vamos fazer tudo para que, gradualmente, venha a ser de usufruto da cidade e dos lisboetas", garantiu.
Quanto ao investimento da Câmara, este é, "até este momento", de 11,5 milhões de euros, valor que se deve à aquisição de parte dos terrenos onde vai funcionar a feira, já que os restantes já eram de propriedade municipal, disse Fernando Medina, vincando que o projeto "terá de contar com investimento privado".
O autarca, que falava em conferência de imprensa nos Paços do Concelho, em Lisboa, acrescentou que esta é uma forma também de "requalificar esta zona da cidade e dar-lhe a regeneração de que tanto precisa".
Segundo Fernando Medina, a "terceira casa" da Feira Popular será "diferente" da anterior, já que funcionará num "local muito maior" e terá muitos mais espaços verdes.
O autarca sublinhou que este parque vai ser de "oposição ao tradicional modelo dos parques de diversões como a Disney e como a Warner".
"É projeto muito ambicioso", destacou.
Na próxima reunião camarária, o executivo municipal vai "nomear uma comissão" para acompanhar as obras, adiantou Medina, apontando que "o modelo de negócio ainda não está fechado".
Já esta manhã, o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa, confirmara à Lusa que esta seria a zona da cidade escolhida para acolher a futura Feira Popular.
No anúncio oficial, estiveram presentes vereadores da autarquia bem como o diretor-geral da Associação de Turismo de Lisboa, Vítor Costa.
A Feira Popular foi criada inicialmente para financiar férias de crianças carenciadas e mais tarde passou a financiar toda a ação social da Fundação O Século. Antes de Entrecampos, onde encerrou em 2003, a feira funcionou em Palhavã.
Os terrenos de Entrecampos estiveram na origem de um processo judicial que envolveu a Câmara de Lisboa e a empresa Bragaparques, que se arrastou por vários anos.
Quando a Feira Popular abriu para a última temporada, a Câmara de Lisboa, então presidida por Pedro Santana Lopes, tencionava criar um novo parque de diversões, mas a ideia nunca avançou.
Estes terrenos foram, entretanto, colocados em hasta pública por um valor base de 135,7 milhões de euros.
Como não apareceu nenhum interessado para o ato público do passado dia 20 de outubro, a Câmara avançou com uma "segunda fase" do processo de alienação, prevendo vender estes terrenos numa nova hasta pública a realizar no dia 03 de dezembro.