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"Podemos estar já a assistir ao começo da inversão da emigração"

A estabilização dos números da emigração portuguesa nos últimos dois anos poderá significar que, apesar de ainda muito significativa, se está a assistir ao começo da inversão do fenómeno, disse hoje o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

"Podemos estar já a assistir ao começo da inversão da emigração"
Notícias ao Minuto

20:10 - 28/10/15 por Lusa

País José Cesário

Em declarações à agência Lusa, José Cesário comentava os dados do Relatório da Emigração, elaborado pelo Governo, que indicam que cerca de 110 mil portugueses emigraram em 2014, número praticamente igual ao de 2013.

O documento, da autoria do gabinete do próprio José Cesário, salienta que os valores de 2013 e 2014 são "da mesma ordem" que os observados nos anos de 1960 e 1970, pelo que Portugal é, refere-se no relatório, "de novo, um país de emigração".

"Estamos ainda confrontados com uma dimensão muito significativa do fenómeno migratório de cidadãos nacionais. Mas, por outro lado, registamos que houve uma estagnação no número das saídas, o que significa que poderemos estar já a assistir ao começo da inversão deste fenómeno", salientou o governante português.

Como justificação, José Cesário apontou o facto de a economia portuguesa "começar agora a criar empregos", levando a que menos pessoas sintam necessidade de recorrer à emigração.

"Se houver mais emprego, haverá menos pessoas a procurarem emigrar", acrescentou, destacando, por outro lado, que o número dos chamados "emigrantes definitivos" - os que estão fora por um período superior a um ano, sobretudo quadros -, está, "nalguns casos, bastante abaixo" do de outros países europeus.

"No entanto, com a entrada das empresas portuguesas no mercado global, sobretudo as PME que estavam viradas para o mercado interno, é bem possível que venha a haver mais oportunidades para quadros, para pessoas mais qualificadas, que têm por opção trabalhar nas empresas mais viradas para a exportação", sublinhou.

"Se as empresas portuguesas se internacionalizarem, vamos ter cada vez mais portugueses a circularem no mundo, fenómeno a que não estamos habituados e que é cada vez mais evidente", acrescentou José Cesário, admitindo que, mesmo assim, no relatório sobre 2015, os números da emigração serão menores dos que dos últimos dois anos.

Segundo o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o "destino lusófono" está ainda "muito longe" de ser o preferencial dos emigrantes portugueses, salientando a exceção de Angola que, em 2014, atribuiu cerca de 5.000 vistos de trabalho a cidadãos portugueses.

Os dados do relatório referem que, no essencial, a emigração portuguesa realiza-se no interior da Europa - dos 21 países para onde mais portugueses se dirigem, 14 são europeus (Reino Unido, Suíça, França e Alemanha têm recebido mais de dez mil emigrantes nacionais por ano).

A lista dos principais destinos dos portugueses foi liderada, no ano passado, pelo Reino Unido, que recebeu 31 mil emigrantes. Fora da Europa, os cidadãos nacionais escolheram sobretudo países lusófonos, principalmente Angola, que ocupa o sexto lugar entre os principais destinos.

No total, estima-se que haja cerca de 2,3 milhões de portugueses emigrados, mantendo-se em França o maior número (mais de 592 mil em 2011).

JSD (JH) // VM

Noticias Ao Minuto/Lusa

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