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Ministério Público pede pena máxima para jovens acusados de matar casal

O Ministério Público pediu hoje, em tribunal, a pena máxima, 25 anos de prisão, para os dois jovens, de 23 e 33 anos, acusados de homicídio qualificado de um casal de ourives da Lousã, distrito de Coimbra, em 2014.

Ministério Público pede pena máxima para jovens acusados de matar casal
Notícias ao Minuto

13:12 - 16/10/15 por Lusa

País Lousã

Um mecânico de 33 anos, Pedro, e um desempregado de 23 anos, Francisco, ambos de Penacova, estão acusados pelo Ministério Público (MP) de dois crimes de homicídio qualificado, um crime de furto qualificado, um de roubo agravado, dois crimes de detenção de arma proibida e dois crimes de branqueamento.

Durante as alegações finais, que decorreram hoje no Tribunal da Lousã, a procuradora do Ministério Público (MP) sublinhou "as lesões brutais" que os arguidos provocaram "ao nível do crânio e da face" nas vítimas, classificando a atuação de "chocante" e "desumana".

"Foram atos bárbaros que, a meu ver, traduzem um completo vazio de sentimentos e um notório desprezo pela vida humana", afirmou, considerando que os dois acusados "devem ser punidos com uma pena única que se terá de ficar nos 25 anos de prisão".

Segundo o MP, os dois arguidos deslocaram-se, a 25 de junho de 2014, à casa de um ourives em Foz de Arouce, Lousã, para roubar a carrinha onde aquele transportava o ouro.

Um dos arguidos terá disparado na nuca do ourives e os dois terão desferido vários golpes com uma moca de madeira para matar o ourives, de 56 anos, tendo também usado a moca e recorrido à asfixia para terminar com a vida da companheira da vítima, de 55 anos.

Os jovens apoderaram-se de ouro e prata e dinheiro (uma quantia de 14 mil euros), tendo depois conseguido 50 mil euros na venda das peças.

Para além dos dois suspeitos do homicídio, estão também constituídos como arguidos a namorada de Francisco, feirante de profissão, por roubo agravado e dois crimes de branqueamento, uma estudante de 23 anos de Penacova por roubo agravado e um retalhista de ourivesaria de Coimbra por três crimes de recetação.

Quanto a estes, o MP pediu pena "de prisão única e efetiva" para o retalhista de ourivesaria, uma pena próxima dos cinco anos "que deve ser suspensa" para a estudante de 24 anos por se "ter distanciado dos demais arguidos" e uma pena efetiva de sete anos de prisão para a namorada do arguido Francisco, que "contribuiu decisivamente para o crime de roubo e branqueamento" e continuou a colaborar com os acusados já depois de saber que o casal de ourives estava morto.

A defesa de Pedro, que na primeira sessão confirmou a versão dos factos da acusação do Ministério Público, pediu 20 anos de pena, sublinhando a confissão "integral" do arguido e o seu arrependimento.

Já a defesa de Francisco sublinhou que "quem precisava de dinheiro era o Pedro", imputando a este o comando no ato do crime.

A representante da namorada de Francisco considerou que o que está na acusação "é muito excessivo" e o advogado da estudante acusada de participar no roubo pediu que esta possa "prosseguir com a sua vida em total liberdade", alegando que a jovem não pensou e não executou o roubo.

Quanto ao retalhista de ourivesaria, a defesa sublinhou que o arguido, com 64 anos, "não tem antecedentes criminais" e não tinha conhecimento do crime aquando da compra do ouro roubado, defendendo que o acusado deve ser absolvido de um dos crimes de recetação e que deve-lhe ser aplicada a suspensão de pena.

Todos os arguidos, com exceção do retalhista que recusou sempre falar, referiram no final da sessão estarem arrependidos, pedindo desculpa aos familiares das vítimas.

A leitura de sentença ficou marcada para 06 de novembro.

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