Figo não é Clooney e montante que recebeu foi "pornográfico"
Paulo Penedos, uma das testemunhas mais importantes no caso Taguspark, disse, no Tribunal de Oeiras, que o valor pago a Luís Figo pela campanha promocional era “pornográfico”. Para justificar a sua opinião, Penedos explicou que se os 750 mil euros em causa fossem pagos ao George Clooney, “não acharia caro”, escreve esta terça-feira o Diário de Notícias.
© Lusa
País Taguspark
O contrato promocional de Luís Figo com o Taguspark, no valor de 750 mil euros, que a acusação refere que terá sido pago em troca do apoio do antigo jogador a José Sócrates, foi descrito por Paulo Penedos como “pornográfico”. Na audiência de ontem, no Tribunal de Oeiras, o ex-assessor jurídico de Rui Pedro Soares (ex-administrador da Portugal Telecom) explicou que se tivesse que pagar 750 mil euros ao actor George Clooney “não acharia caro”, mas pagar este montante a Luís Figo é “pornográfico”, pois “Clooney toda a gente conhece a nível internacional, agora Figo é mais conhecido pelas pessoas da bola”.
O arguido no processo Face Oculta, cujas escutas deram origem ao processo Taguspark, teve um discurso bastante dúbio durante a audiência. Se por um lado afirmou que Figo não apoiaria José Sócrates só por “generosidade”, por outro lado assegurou que o contrato promocional entre o jogador e o Taguspark não era nenhuma contrapartida do apoio político a Sócrates.
“Eu não acredito que Luís Figo se tenha levantado um dia a dizer que ia apoiar um partido e, por isso, achei pornográfico o valor que lhe ia ser pago”, começou por dizer, acrescentando depois que “quando passado pouco tempo o Rui Pedro Soares me disse que o Figo ia apoiar Sócrates não achei natural”.
“Eu alertei o Rui Pedro Soares para o contrato do Figo. Disse-lhe ‘atenção Rui que isto visto de fora tem maldade’”, afirmou, garantindo contudo “ter a certeza” que o contrato celebrado entre o antigo internacional e o Taguspark não era uma contrapartida pelo apoio a Sócrates.
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