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Empresa condenada a indemnizar emigrante que reclamava créditos

A empresa do Fundão acusada de não pagar a trabalhadores que contratou para obras em França foi condenada pelo Tribunal do Trabalho de Tomar a pagar 6.720 euros mais juros, ao trabalhador que lhe moveu um processo.

Empresa condenada a indemnizar emigrante que reclamava créditos
Notícias ao Minuto

16:35 - 10/10/15 por Lusa

País Fundão

Segundo a sentença datada de 29 de setembro, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a empresa Joaquim Manuel Fortunato Unipessoal Lda., com sede no Fundão, terá de pagar a José Carlos Tomaz a quantia de 6.720 euros (3.307 de retribuições em atraso, 1.255 relativos a férias não gozadas e à proporção dos subsídios de férias e de natal e 2.158 relativos a trabalho suplementar prestado nos meses de abril a junho de 2014), mais juros de mora até ao integral pagamento.

Há um mês, os responsáveis da empresa faltaram à sessão realizada no Tribunal de Tomar que visava a tentativa de um acordo com o trabalhador e não contestaram a notificação que lhes foi depois enviada, sublinha a sentença, que dá sem efeito o julgamento que havia sido agendado para 16 de novembro.

Em abril, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) confirmou à agência Lusa estar a acompanhar a empresa do Fundão, que tem sido alvo de denúncias por não pagamento a trabalhadores contratados para obras em França.

A queixa deste trabalhador seguiu-se a outra denúncia tornada pública em junho de 2014 e José Tomaz afirmou que há outros operários que se encontram nas mesmas circunstâncias, alguns dos quais regressaram entretanto a Portugal.

Contactada pela Lusa na ocasião da denúncia feita pelo trabalhador, fonte da empresa negou qualquer dívida, alegando que José Tomaz "abandonou o posto de trabalho sem aviso", o que "prejudicou a firma", e que "recebeu o que tinha a receber", porque "pedia vales e adiantamentos".

José Tomaz disse ter sido contratado para as obras de remodelação de hotéis da cadeia Campanile, em França.

As condições prometidas -- 1.500 euros líquidos mensais, alojamento, água e luz -- fizeram com que deixasse o 'part-time' que tinha como porteiro, mas a primeira promessa de adiantamento de algum dinheiro à chegada a Rennes para a alimentação não aconteceu, tendo o grupo comido durante duas semanas em casa de outros trabalhadores, relatou.

O proprietário da empresa foi fazendo algumas entregas de dinheiro, mas os atrasos no pagamento mensal foram-se sucedendo, sem que nunca fossem pagas as horas extraordinárias e o trabalho aos sábados, acrescentou.

Na terceira obra, na Normandia, José Tomaz acabou por aceitar a proposta de uma empresa francesa de outro português, mas novamente se sentiu "enganado", pois as condições de alojamento e de trabalho (todos os dias da semana das 08:00 às 20:00) eram piores e, ao fim de um mês, não recebeu (nas suas contas, 4.410 euros).

Em relação a este caso, disse, está a decorrer um processo em França após intervenção da inspeção do trabalho local.

José Tomaz trabalhou depois três meses para uma empresa francesa e, entre janeiro e meados de fevereiro, para um construtor português em Paris, mas, como era dos contratados mais recentes, foi dispensado por falta de trabalho.

No regresso a Portugal, reforçou os contactos com a empresa do Fundão, tendo-lhe sido ainda pagos 300 euros, mas terá sido informado de que nada mais lhe seria pago, tendo então decidido avançar para tribunal.

Há duas semanas José Tomaz conseguiu um trabalho numa empresa de construção na zona de Ponte de Sor, disse à Lusa.

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