"A justiça criminal está ao serviço da extrema-direita"
O cabeça de lista do PCTP/MRPP por Lisboa nas legislativas afirmou hoje, em declarações à Lusa, que a Justiça está "ao serviço da extrema-direita", ao comentar os desenvolvimentos do caso que envolve o antigo primeiro-ministro socialista José Sócrates.
© Global Imagens
País Garcia Pereira
O advogado considerou que a alteração das medidas de coação se deveu à "pressão de uma opinião pública democrática, que vinha chamando a atenção para o facto de se tratar uma prisão preventiva completamente injustificada".
"José Sócrates foi um dos piores primeiros-ministros de Portugal e um dos responsáveis pela situação financeira e económica do país, mas a sua prisão preventiva, as circunstâncias em que foi feita e a chamada a imprensa para a filmar, a contínua violação do segredo de justiça e a tentativa de imposição de uma medida de coação como a tornozeleira [eletrónica], representa que temos uma justiça criminal completamente ao serviço da extrema-direita", disse.
O candidato fez notar que a Justiça "arquiva ou absolve em casos como o Portucale, dos submarinos e contrapartidas, viaturas [blindadas] Pandur, da dívida pública da Madeira", por exemplo, e, "quando se trata de arguidos da esquerda, mesmo que da esquerda formal, atua da forma que atua".
"Essa prisão é totalmente injustificada. É um tema tabu, visto que não se explica porque, depois de se tentar impor a tornozeleira e da justa recusa em a colocar [por parte do arguido], se acaba por determinar a libertação".
Garcia Pereira interpretou a decisão do juiz Carlos Alexandre como forma de não "ficar desmascarado" depois de a sua decisão relativamente ao antigo líder do universo empresarial Espírito Santo, Ricardo Salgado, ironizando que o mesmo foi "tranquilamente para casa num novo modelo de viatura celular que é o seu Mercedes particular, passar férias para o respetivo palacete".
Sócrates está em prisão domiciliária, em Lisboa, desde sexta-feira, após nove meses e meio de prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora, no âmbito da chamada Operação Marquês.
O ex-primeiro-ministro foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.
Os advogados de defesa de Sócrates já afirmaram ser "insuficiente" esta alteração na medida de coação imposta ao ex-primeiro-ministro e anunciaram que vão recorrer da decisão.
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