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Falta de vagas obriga alunos do Parque das Nações a ir para o privado

A dificuldade em conseguir inscrever os filhos nas duas escolas públicas do Parque das Nações, em Lisboa, tem revoltado os pais, que se veem obrigados a optar pelo ensino privado ou por escolas fora da freguesia.

Falta de vagas obriga alunos do Parque das Nações a ir para o privado
Notícias ao Minuto

11:44 - 09/08/15 por Lusa

País Freguesias

É o caso de Bruno Maurício, que tentou colocar a filha de quatro anos na pré-escola e não conseguiu vaga.

"Concorreu à Escola Vasco da Gama, que pertence à minha área de residência e na qual tem prioridade por ser moradora. Concorreu também à Escola Parque das Nações, na zona sul, como alternativa e na qual não tem prioridade", e não entrou em nenhuma, disse à Lusa.

Segundo o morador, em ambas as escolas houve casos de crianças com cinco anos que não foram admitidas e irmãos que tiveram de ser separados porque um deles não obteve vaga.

Afirmando que terá de optar pelo privado, Bruno Maurício lamenta que este problema não seja resolvido "numa das zonas mais jovens da cidade".

"Uma solução imediata e possível seria a criação de protocolos com a oferta privada existente até se conseguir aumentar a capacidade pública", defendeu.

Apenas 23,7% (196) das crianças que concorreram às duas escolas para o próximo ano letivo (825) tiveram vaga e todas para o pré-escolar ou para o 1.º ano, de acordo com dados do agrupamento de escolas Eça de Queirós, que engloba ambas.

Também Sónia Morais Santos tentou inscrever um filho no 5.º ano na escola Vasco da Gama, sem sucesso.

"Vou ficar mais um ano com cada um dos meus três filhos numa escola", referiu. Um dos filhos está na Vasco da Gama, no 9.º ano, uma filha que andava na pré-escola da Parque das Nações entrou para o 1.º ano no mesmo estabelecimento e o outro vai manter-se num colégio privado.

A filha de Inês Rodrigues concluiu o 1.º ciclo na Escola Básica do Parque das Nações e tentou, sem sucesso, entrar para o 5.º ano na Vasco da Gama.

"Sabia que ia ser difícil, mas tinha alguma esperança. Moro na rua da escola, fiquei com esperança de ela entrar. Mas, segundo a listagem, até vários que fizeram lá o 4.º ano ficaram de fora", contou.

A hipótese agora colocada é colocar a filha na Escola Secundária Eça de Queirós, que, "apesar de ser secundária, está a receber os meninos que não têm vaga no Parque das Nações". A ideia não agrada a Inês Rodrigues, que pondera inscrevê-la num colégio privado, mais perto de casa.

Contactado pela Lusa, Alexandre Marão, presidente da Associação de Pais da Escola Básica do Parque das Nações, admitiu que "são sempre centenas [de alunos] que ficam de fora" e defendeu que parte deste problema seria resolvido se fosse construída a segunda fase daquele estabelecimento.

O projeto previa ensino até ao 9.º ano, mas só existem instalações para lecionar até ao 4.º.

"Os 2.º e 3.º ciclos ficaram por construir. Não há biblioteca, ginásio, sala de convívio ou refeitório. As crianças comem num monobloco que a câmara colocou para servir de refeitório. A comida vem em embalagens pré-aquecidas", frisou Alexandre Marão, acrescentando que a Vasco da Gama "está sobrelotada e terá o dobro das crianças que deveria ter".

O responsável considerou que o ensino intermédio no Parque das Nações está lotado: "Ou se entra para o jardim de infância e se consegue ficar na escola ou, a meio, é impossível". Mesmo assim, os que entram para o jardim de infância não têm o futuro assegurado, porque "há mais turmas" neste nível do que do 1.º ano.

Alexandre Marão lembrou que "estão a entrar novos moradores e com índices de natalidade" elevados e sublinhou que a conclusão da escola está no Orçamento do Estado, com projeto aprovado e terreno. A tutela, que não respondeu às questões da Lusa, não responde também à petição do bairro e às recomendações do parlamento e da assembleia municipal.

Sílvia Cristóvão, presidente da Associação de Pais da Escola Vasco da Gama, frisou que o estabelecimento de ensino "sofre pelo facto de não haver alternativa no bairro".

"Se a segunda fase fosse acabada, permitia mais salas do 5.º ao 9.º ano. São cinco anos que estão por construir. Era muito bom que fosse concluída", afirmou.

Segundo Sílvia Cristóvão, a escola Vasco da Gama foi concebida para receber 400 alunos e tem 800, pelo que tem de funcionar em turno duplo.

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