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Investigadores avaliam qualidade da carne do cordeiro mirandês

Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) estão a realizar estudos para sustentarem a qualidade da carne do cordeiro mirandês, com o propósito de valorizar esta raça autóctone, disse hoje à Lusa fonte da academia.

Investigadores avaliam qualidade da carne do cordeiro mirandês
Notícias ao Minuto

15:59 - 27/07/15 por Lusa

País UTAD

Este cordeiro também conhecido por "canhono" mirandês foi reconhecido pela União Europeia, obtendo da cancela de Dominação de Origem Protegida (DOP) em novembro de 2012, sendo originário da raça autóctones de ovinos é conhecida como Churra Galega Mirandesa.

Em declarações à agência Lusa a Virgínia Santos, docente da UTAD disse que se trata de uma raça autóctone da região nordestina, que representa um valioso património genético e detetor de uma carne de qualidade superior.

"Depois da certificação da carne do cordeiro mirandês, foi preciso realizar estudos que comprovassem a qualidade superior da carne desta espécie de ovino e que merece ser valorizada e dai mostrar aos consumidores as características deste produto agroalimentar de excelência ", explicou a investigadora.

O solar dos animais de raça Churra Mirandesa está confinado aos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso, no distrito de Bragança.

O estudo da UTAD teve em conta em conta o peso da carcaça e o sexo do animal e foram utilizados 30 animais machos e fêmeas criados de acordo com o sistema tradicional da região.

"As carcaças foram distribuídas por duas categorias de peso, de acordo com o caderno de especificações deste produto certificado, o que permitiu estudar a influência do peso e do sexo do animal nas características da carne, em especial nas proporções de gordura e músculo, na retenção de água, na tenrura e na cor da carne", especificou.

Os investigadores, avançam que "os resultados obtidos mostram que é possível escolher o peso de abate de acordo com as preferências do consumidor ou interesses do produtor".

Por seu lado, a secretária técnica da Associação de Criadores de Ovinos de Raça Churra Mirandesa, Pamela Raposo, e autora da tese que suportou o estudo, frisou que com o aumento de consumo da carne de cordeiro no período pós DOP seria " importante fazer um estudo aprofundado para ser perceber o valor das categorias da carne de cordeiro".

O "cordeiro (canhono) mirandês", de raça Churra Galega Mirandesa divide-se em três categorias, consoante a idade e o peso, pesando as carcaças entre quatro e sete quilos na categoria A (30 dias de idade), entre 7,1 e 10 na B (60 dias) e de 10,1 a 12 na C (120 dias).

"A valorização e divulgação deste produto contribuem para a defesa desta raça autóctone, que à semelhança de outras da região, constitui um património genético, social e cultural único com um papel importante no aproveitamento dos recursos naturais e estimulador da economia local, contribuindo para um desenvolvimento sustentável e para a fixação da população rural,"sustentou a técnica.

Os criadores de cordeiros de Raça Churra Mirandesa pretendem, agora, alargar o campo de ação aos concelhos nordestinos para "potenciar" o valor económico desta raça autóctone e ao mesmo tempo motivar setores como a restauração.

Agora, será preciso dar passos em frente e comercializar o cordeiro em grande escala, para que os jovens agricultores se possam fixar à terra e ter condições para continuar a manutenção de uma raça autóctone que tem um efetivo que ronda as 6.702 fêmeas reprodutoras, repartidas por 67 criadores.

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