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Fígado gordo não alcoólico será "grande causa de doença hepática"

A presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF), Helena Cortez-Pinto, alertou hoje que a prevalência de gordura no fígado sem consumo alcoólico excessivo será "a próxima grande causa de doença hepática" em Portugal.

Fígado gordo não alcoólico será "grande causa de doença hepática"
Notícias ao Minuto

12:39 - 15/07/15 por Lusa

Lifestyle Saúde

A especialista em gastrenterologia apontou que, em Portugal, a situação "é preocupante" e que, segundo um estudo recente no âmbito do Projeto E-Cor, se verifica a prevalência de gordura no fígado - estateose hepática - sem consumo alcoólico excessivo em mais de um quarto (26%) da população portuguesa.

"No entanto, ainda não vemos com tanta frequência como nos EUA [casos de] cirrose associada à esteatose hepática não alcoólica [(EHNA)]", acrescentou Helena Cortez-Pinto, salientando que "talvez o facto de muitos doentes associarem o risco metabólico (obesidade, etc.) ao consumo excessivo de álcool leva a que a doença não seja tão frequentemente reconhecida, por ser atribuída ao álcool".

A causa mais frequente da EHNA é "o aporte calórico excessivo associado à reduzida atividade física", apontou a especialista do Hospital de Santa Maria.

Os médicos portugueses têm participado em congressos com investigação básica e clínica "a ser publicada em revistas médicas de elevado impacto", confessou, no entanto, cingem-se, perante o doente, a "propostas terapêuticas" para controlar situações frequentemente associadas a esta condição, como sejam a diabetes, dislipidémia ou hipertensão.

"Na prática atual, os médicos portugueses estão a lidar com a situação, avaliando em cada doente qual a gravidade da situação e o seu risco de progressão, e aconselhando sobretudo a mudança de estilo de vida, com aumento da atividade física e dieta, visando a perda de peso nos indivíduos obesos ou com sobrecarga de peso", explicou.

Helena Cortez-Pinto referiu, em relação ao tratamento, que há planos para que Portugal entre num ensaio clínico multicêntico com o ácido 'obeticholic', que deverá começar no fim deste ano.

"Existem, no entanto, outros medicamentos que também estão ou vão ser testados a breve prazo para esta doença, como por exemplo carbonos nanoporosos adsorventes", medicamento que faz parte de um protocolo do Horizonte 2020, no qual a Faculdade de Medicina de Lisboa e o Departamento de Gastroenterologia são parceiros, acrescentou.

Investigadores médicos norte-americanos disseram à Lusa acreditar que "dentro de cinco anos haja um medicamento que cure a galopante 'epidemia' da inflamação hepática não alcoólica", acrescentando que, no presente, "um novo fígado é a única opção para muitas pessoas".

Joel Levine, um dos especialistas envolvidos nestas investigações, referiu que esta doença "brevemente será o principal motivo para o transplante de fígado", apesar de, presentemente, ser "a causa número dois".

Reforçou, ainda, o facto de a EHNA ter passado despercebida, principalmente porque "os médicos a confundiam com a hepatite alcoólica, que também envolve o acumular de gordura no fígado".

O especialista explicou que a distinção surgiu, sobretudo, após aparecer um elevado número de casos de crianças com o problema, algumas já com cirrose hepática, o que ajudou a dissipar quaisquer dúvidas de que a doença não estava relacionada com o consumo excessivo de álcool.

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