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Museu inaugurado entre protestos contra "o coveiro da ferrovia"

O Museu Nacional Ferroviário foi hoje inaugurado no Entroncamento, numa área com perto de 5 hectares, que inclui cinco edifícios, 19 linhas férreas e mais de 36 mil peças, ao som de protestos visando o secretário de Estado dos Transportes.

Museu inaugurado entre protestos contra "o coveiro da ferrovia"
Notícias ao Minuto

21:57 - 18/05/15 por Lusa

País Entroncamento

Trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) mantiveram, ao longo de toda a tarde, um ruidoso protesto que, fizeram questão de frisar, nada teve a ver com o museu, mas visava a contestação à privatização da empresa e "o coveiro da ferrovia" como chamava um cartaz a Sérgio Monteiro.

O secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações aludiu à manifestação logo no início de um discurso que prometeu ser "breve", pois uma intervenção longa poderia ser "entendida como provocação relativamente aos protestos".

Sobre estes, disse que "são normais" e sinal de uma "convivência democrática que é muito salutar no país" e que resulta da liberdade de expressão em democracia conquistada pela geração que lutou para que "cada um tenha capacidade para expressar bem aquilo em que acredita".

Escolhendo falar sobre o futuro do setor, afirmou que, entre as muitas possibilidades de assinalar o Dia Internacional dos Museus, optou pela que está ligada à ferrovia por este ser um setor no qual se vive um "sentimento de insegurança", resultante da fusão da Estradas de Portugal com a Refer, da "profunda alteração" na CP e da privatização da CP Carga e da EMEF.

Sérgio Monteiro afirmou que "sem dinheiro não a vale a pena fazer juras de amor", lembrando que num país em dificuldades não é fácil garantir recursos para que as empresas "se abram ao mundo" e se voltem para os que lhes compram serviços.

"Não vale a pena insistir num modelo mais lírico", afirmou, declarando-se "de cabeça erguida perante os que contestam", em nome da "sustentabilidade e de projetar de forma adequada o futuro".

Sérgio Monteiro afirmou que, no âmbito do processo de privatização da EMEF, os trabalhadores terão a sua relação contratual estabilizada para os próximos 10 anos e a CP beneficiará de um "contrato estável" que garantirá o seu desenvolvimento a curto e médio prazo.

"Seria mais fácil nada fazer em ano de eleições", disse, assegurando que o Governo não está a "privatizar à pressa" nem a "fusionar duas empresas à pressa".

"Estamos a cumprir o mandato para o qual fomos eleitos, a garantir a sustentabilidade e o desenvolvimento do setor sem onerar os contribuintes", disse.

O Museu Nacional Ferroviário, que terá no próximo domingo um dia aberto a todos os que o queiram visitar, resulta de um processo que começou em 1967, com a decisão de implantar o museu na cidade do Entroncamento, e que passou pela aprovação, por unanimidade, no parlamento, em 1991, da proposta apresentada pelo então deputado do PRD Hermínio Martinho.

A obra hoje inaugurada - um investimento que contou com fundos próprios da Fundação Museu Nacional Ferroviário (3,1 milhões de euros), do Governo (1 milhão de euros), do Turismo de Portugal (300.000 euros) e de fundos comunitários (4,4 milhões de euros) - arrancou em 2010.

"O cenário da exposição, totalmente ferroviário, merece só por si uma visita", realça a diretora geral da Fundação responsável pela gestão de projetos, Maria José Teixeira.

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