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Acolhimento de centenas de refugiados seria "esforço grande"

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje em Bruxelas que o Governo português ainda não analisou a proposta de Bruxelas de reinstalação de refugiados, mas considerou que uma eventual quota de 704 imigrantes constituiria "um esforço muito grande".

Acolhimento de centenas de refugiados seria "esforço grande"
Notícias ao Minuto

19:43 - 18/05/15 por Lusa

País Machete

À saída de uma reunião conjunta de chefes de diplomacia e de ministros da Defesa da UE, na qual foi aprovada uma operação naval para combater o tráfico de imigrantes ilegais no Mediterrâneo, Rui Machete assinalou que, também neste caso, o Governo "ainda não tomou nenhuma decisão" sobre uma eventual participação na missão, que terá sempre que ser aprovada pelo Conselho Superior de Defesa Nacional.

Relativamente à proposta avançada na semana passada pela Comissão Europeia, que quer instituir um regime temporário de reinstalação de 20 mil refugiados "por todos os Estados-membros", o ministro afirmou que o assunto não foi hoje discutido no Conselho, nem tão pouco foi debatido no seio do Governo, até porque o assunto "não está amadurecido" e há "variadíssimos critérios" sobre a mesa relativamente às quotas que deverão caber a cada Estado-membro.

Rui Machete escusou-se a emitir "uma opinião pessoal" sobre o assunto, mas, ao ser questionado sobre se Portugal tem capacidade para acolher centenas de refugiados -- a proposta preliminar de Bruxelas prevê para Portugal uma quota de 3,52%, o que corresponde a 704 refugiados a serem acolhidos -, disse que tal representaria um esforço assinalável.

"Não posso estar a pronunciar-me sobre isso. Será certamente para qualquer país pequeno um esforço muito grande. O Governo português não analisou o problema, não se pronunciou sobre isso ainda, (mas) se isso for por diante, vai ter que analisar e pronunciar-se. Sabemos que há variadíssimos critérios, mas isso ainda não está amadurecido", declarou.

No mesmo sentido, apontou, o Governo "ainda não tomou nenhuma decisão" sobre uma eventual participação na missão naval hoje acordada, até porque, "sendo uma operação militar, e de acordo com a legislação portuguesa", é necessária uma decisão nesse sentido por parte do Conselho Superior de Defesa Nacional.

Relativamente à operação, Rui Machete sublinhou que a terceira fase, relacionada com apreensão e destruição dos navios utilizados pelas redes de traficantes, necessitará ainda do aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ou das autoridades da Líbia se for em águas territoriais líbias), e advertiu para os "riscos" de uma operação que classificou como "melindrosa".

"É uma operação melindrosa que só é justificável pelas razões humanitárias urgentes", disse, apontando que "todas as semanas morrem imigrantes", e por vezes "às centenas", e "só isso justifica excecionalmente que se faça uma operação deste tipo", até porque todos os ministros "têm consciência que envolve riscos".

A Comissão Europeia apresentou na semana passada a sua estratégia para a migração, com várias medidas, como o reforço para o triplo, em 2015 e 2016, dos meios das missões de vigilância e salvamento no Mediterrâneo "Triton" e "Poseidon", confiadas à agência Frontex, como havia sido acordado na cimeira extraordinária de abril em Bruxelas, e a criação de regimes de acolhimento de refugiados.

Esta última proposta está a ser recebida com muita frieza por vários Estados-membros, nomeadamente quanto a quotas obrigatórias.

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