Proprietários pedem explicações sobre causas da morte de lince
A Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC) defendeu hoje que "sejam apuradas em pormenor" as circunstâncias da morte por envenenamento da fêmea de lince ibérico libertada na natureza em fevereiro, em Mértola.
© Reuters
País Mértola
"Importa apurar, em pormenor, quais foram as causas, os meios, os agentes e os motivos que estarão na origem deste caso", frisou em comunicado a organização representante dos proprietários rurais, gestores e concessionários de zonas de caça turística.
A fêmea Kayakweru, que nascera no Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico, em Silves, no Algarve, foi libertada a 25 de fevereiro na zona do Parque Natural do Guadiana, em Mértola, onde foi encontrada morta a 12 de março, por envenenamento, segundo revelou o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
A associação dos proprietários rurais considera a morte de Kayakweru " lamentável e condenável" e acrescenta que "não acredita que se trate de um caso de perseguição direta e deliberada ao lince ibérico, mas antes uma morte indireta".
"Infelizmente continuam a ocorrer casos de envenenamento de animais em Portugal, sobretudo de animais domésticos e, em especial, de cães, por razões que nada têm a ver com a gestão cinegética", lamentou a ANPC.
O problema dos venenos "é algo que preocupa a ANPC", apesar de considerar que não se trata de um problema generalizado e com forte incidência na região de Mértola, "onde existem das maiores densidades de aves de rapina e carnívoros, que aí não ocorreriam se o veneno fosse um problema endémico e persistente nesta região".
A associação crê que os indícios recolhidos no terreno pelas equipas de investigação e o tipo de substância encontrada, permitam ajudar a determinar se existe relação entre o local onde foi encontrado o lince e o ponto onde terá sido envenenado".
A ANPC recordou que é subscritora do Programa Antídoto e que produziu um código de Boas Práticas de Gestão Cinegética, que estabelece um conjunto de regras para os gestores cinegéticos e condena o uso de métodos "que não sejam seletivos ou que sejam ilegais na captura de espécies animais".
Segundo a ANPC, o código de Boas Práticas "é adotado por todas as zonas de caça" que na região de Mértola já formalizaram com o ICNF acordos de cooperação para a conservação do lince, ao abrigo do Pacto Nacional para a Conservação do Lince-ibérico, abrangendo uma área de cerca de 10.000 hectares.
A associação acrescentou que está "a aguardar, em breve, a formalização de outros acordos com vários associados de zonas de caça turística, o que fará duplicar o território, tornando-o "numa extensa área contígua".
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com