Fonte judicial disse à agência Lusa que o início do julgamento, programado para 24 e 25 deste mês, na 1.ª Vara Cível de Lisboa, "foi suspenso porque as partes estão a tentar um acordo".
O despacho do juiz a deferir a suspensão foi assinado no final da semana passada, pelo que decorre agora um prazo de seis meses, após o qual, não existindo acordo entre Gonçalo Amaral e os pais da criança desaparecida em 2007, no Algarve, será marcada audiência.
O início do julgamento deste processo foi adiado por duas vezes, a primeira das quais a 9 de Fevereiro de 2012.
O juiz marcou posteriormente o começo do julgamento no Palácio da Justiça para 13 de Setembro do mesmo ano, com mais três sessões agendadas, mas não se realizou qualquer uma devido à indisponibilidade do advogado de Gonçalo Amaral, submetido a um exame ao estômago com anestesia.
Nesta acção, que motivou o pedido de arresto de bens a Gonçalo Amaral como medida cautelar, Kate e Gerry McCann reclamam ainda protecção de direitos, liberdades e garantias.
Em processo conexo, a 7.ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa decidiu, em Janeiro de 2010, manter a proibição da comercialização do livro ‘Maddie - A Verdade da Mentira’, de autoria de Gonçalo Amaral, e do vídeo com o mesmo título, baseado num documentário exibido na TVI.
A proibição do livro e do vídeo, que apresenta a tese de Gonçalo Amaral de envolvimento de Kate e Gerry McCann no desaparecimento da filha com a ocultação do cadáver, tinha sido decretada provisoriamente a 9 de Setembro de 2009.
A 19 de Outubro de 2010, o Tribunal da Relação de Lisboa anulou a decisão da 7.ª Vara Cível, após o qual o casal McCann recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Em acórdão de 18 de Março de 2011, o STJ confirmou a decisão da Relação.
Madeleine McCann desapareceu a 03 de maio de 2007, num apartamento de um aldeamento turístico da Praia da Luz, onde se encontrava de férias com os pais e os dois irmãos gémeos.
Na altura do desaparecimento, Gonçalo Amaral era coordenador do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Portimão.
Kate e Gerry McCann, que sempre afirmaram que a criança foi raptada, foram constituídos arguidos em Setembro de 2007.