Numa entrevista ao JN, no dia seguinte a ter sido libertado, José Pedro Guedes admite que “foi uma brincadeira” que lhe “saiu bem cara”. A intenção era ajudar o filho a entrar num reality-show, mas a “brincadeira” foi longe demais.
“Nunca pensei que ia estar tanto tempo na cadeia. Achava que ia ser uma semana ou duas e depois me libertavam”, confessa José Pedro Guedes, que em Julho de 2011 decidiu revelar pormenores da sua “brincadeira” a uma jornalista do semanário Sol, o que desencadeou um processo-crime pela morte de uma prostituta de Aveiro.
“Enganei-a bem”, diz José Pedro Guedes em relação à jornalista, acrescentando ter pensado: “queres uma história, vou dar-te uma história”. Mas “depois na [Polícia] Judiciária colaborei e sempre neguei”, nomeadamente o crime de Aveiro.
Sobre o dito diário, que mostrou à jornalista e no qual relatava os crimes, José Pedro Guedes conta ao JN que o escreveu com a ajuda do filho e só depois de conhecer a jornalista. “Sempre gostei de livros de serial killers e não é por ter estado preso que vou deixar de gostar”, revela.
Quanto à lição que retira deste caso, depois de 13 meses de prisão e de ouvir, e “muito bem”, uma “repreensão do senhor doutor juiz: ‘se quer ser famoso, não brinque com a justiça’”, José Pedro Guedes sublinha que foi a “senhora jornalista” que brincou com a justiça, e não ele, ao mesmo tempo que lamenta a atitude da Justiça, que não soube dizer “apurámos mal, vamos rectificar”, por isso pondera processar o Estado.